Santa Catarina tem algumas das estradas mais cinematográficas do mundo, que em uma viagem de moto vão lhe oferecer boas doses de adrenalina e beleza.
As três estradas a seguir cortam serras em curvas, na borda de penhascos e paisagens verdes. Vencem altitudes significativas para interligar cidades próximas ao litoral a municípios serranos, e são cartões-postais de suas regiões.
Abaixo, explicamos onde ficam, os trechos mais acidentados e em curvas, opções de alimentação e hospedagem no percurso, além dos mirantes com vistas panorâmicas.
Uma viagem de moto por qualquer uma delas é uma experiência contemplativa, que exige atenção e cuidado. Bom percurso!
1. Serra do Rio do Rastro
A estrada da Serra do Rio do Rastro é uma das mais cinematográficas do mundo, considerada patrimônio natural de Santa Catarina. Trata-se de um trecho da rodovia SC-390 que liga a cidade de Lauro Muller, na região Sul catarinense, à serrana Bom Jardim da Serra.
Se sua viagem de moto parte de Lauro Muller, você pegará a subida da serra, o que é uma boa opção, já que a estrada começa mais tranquila e ganha dificuldade à medida que avança. Do Centro da cidade até a chegada em Bom Jardim são cerca de 25 quilômetros. O percurso é marcado todo ele por curvas. Ao todo são 284.
Nada se compara, entretanto, ao trecho que inicia no Mirante 12. Dali até o final da serra serão 12 quilômetros de pura emoção que farão sua viagem de moto ser eletrizante em meio a um cenário espetacular de curvas cada vez mais sinuosas e frequentes. No final da serra, as curvas dominam completamente o trajeto, que perde todas suas linhas retas.
O asfalto vai rasgando a montanha em um caminho estreito de pista única, tendo de um lado imensos paredões rochosos e de outro o penhasco. Ao chegar em Bom Jardim da Serra, você terá ganhado 1.200 metros de altitude.
A viagem de moto (e em qualquer outro veículo) pela estrada da Serra do Rio do Rastro é apreciativa e por questões de segurança deve ser muito cautelosa. Nas curvas da serra, a recomendação é que não ultrapasse 40 km/h e não é possível fazer ultrapassagens. Em dias de muita serração e/ou chuva forte, evite transitar pela estrada.
Quanto ao melhor horário do dia para trafegar, a manhã costuma ser melhor, já que a probabilidade de neblina é menor, especialmente no inverno. Ainda assim o tempo é bastante variável. Estando em Bom Jardim da Serra, assistir ao nascer do sol do mirante é um espetáculo à parte. À noite, ver as curvas todas iluminadas também são especiais.
Mirantes, lanchonetes e hospedagem
Ao longo da estrada, há três mirantes onde se pode parar para admirar a paisagem, comer e se divertir também. Subindo a serra, o primeiro deles é o Mirante 12, um combo de vista incrível, lanchonete e atrações como tirolesa, balanço e avião virtual. Ao longo do trajeto há também alguns recuos da estrada onde é possível parar, especialmente de moto, para admirar a paisagem.
Já em Bom Jardim da Serra, há o Mirante Serra Parque, com uma vista panorâmica das principais curvas da estrada cinematográfica. Por lá, também tem trilhas, balanço infinito, cestas de piquenique, entre outras atrações.
Um pouco mais adiante, o último mirante fica junto a um posto da Polícia Rodoviária, tem banheiros públicos e um café-restaurante. A maioria deles fica do lado direito da estrada, com melhor acesso para quem está subindo a serra.
Do Centro de Lauro Muller até o Bugio da Serra – Pousada e Restaurante há várias opções de cabanas e chalés de hospedagem, em meio à natureza. Dali para frente são só curvas. Já em Bom Jardim da Serra, destaque para o Rio do Rastro Eco Resort, eleito como um dos melhores do Brasil. Nada mal terminar a viagem de moto por lá, não?
2. Serra do Corvo Branco

A Serra do Corvo Branco é um patrimônio natural da cidade de Grão-Pará, no Sul catarinense. A estrada de chão batido que corta seus paredões rochosos é um trecho da SC-370, que liga o município à Urubici, na serra.
A extensão total da estrada fica em torno de 50 quilômetros, mas o trecho de serra em si são apenas quatro quilômetros e com menos curvas que a do Rio do Rastro. Ainda assim, haverá ao menos 15 curvas para sentir na pele em sua viagem de moto.
Partindo do Centro de Grão-Pará são cerca de 25 quilômetros até chegar ao pé da serra, passando por localidade rurais, cercadas por vastos campos verdes e pinheiros, em uma paisagem bastante bucólica. Até que na altura do KM 106, aparece à frente a imensa Serra com seus paredões verdes. Começa então a subida para valer, que vai lhe conduzir a 1.470 metros de altura, até Urubici.
A paisagem da serra é intercalada pelas montanhas, penhascos e pela vegetação que cerca a via. As curvas mais fechadas se concentram no final do caminho (sentido Grão-Pará – Urubici) e são um aviso de que um dos pontos mais fotografados da serra catarinense está próximo: a fenda da rocha.
Trata-se de um vão aberto em uma rocha de 90 metros de altura, o maior de todo o Brasil, para a passagem de veículos. Ao atravessar o vão em sua viagem de moto você estará oficialmente no território de Urubici.
Assim como na outra, a estrada da Serra do Corvo Branco também é muito estreita, de pista simples, sem acostamento e parapeitos laterais, e não asfaltada. A condução de veículos deve ser feita com cautela e respeitando o limite máximo da via. Em dias de muita serração e chuva, não trafegue por ela, sob risco de deslizamentos.
Mirantes, lanchonetes e hospedagem
O mirante mais bem estruturado e com vista panorâmica para as curvas da estrada é o Altos do Corvo Branco, já em Urubici. Na verdade, são três mirantes (dois deles com passarelas de vidro) que ficam dentro do parque de mesmo nome e oferecem vistas estonteantes da Serra do Corvo Branco, do Cânion Espraiado e do Campo dos Padres. O parque também dispõe de dois lofts para hospedagem.
Outras opções de hospedagem e alimentação se encontram no início da estrada, em Grão-Pará e muitas outras ao longo da SC-370 já em Urubici.
O melhor horário para trafegar pela serra costuma ser pela manhã, próximo ao meio dia. O tempo na serra, entretanto, varia muito, podendo abrir ou fechar em questão de minutos devido à passagem das nuvens.
3. Serra Dona Francisca
A Serra Dona Francisca fica na divisa entre as cidades de Joinville, a mais populosa de Santa Catarina, e a charmosa Campo Alegre, no Planalto Norte. A estrada que corta seus morros e sobe a serra inicia no distrito de Pirabeiraba, que faz parte da rota turística rural de Joinville.
Bem menos desafiadora que as anteriores, a viagem de moto por essa serra tende a ser mais tranquila e igualmente contemplativa. O percurso até o centro urbano de Campo Alegre tem cerca de 35 quilômetros de estrada, toda asfaltada. O trecho de serra, entretanto, é menor.
A serra em si compreende o trecho do KM 10 ao KM 17 da SC-418, mais conhecida como Estrada Dona Francisca e registrada oficialmente como Rodovia Imperial Estrada Serra Princesa Dona Francisca (já que ela começou a ser construída ainda no Brasil Império, em 1858).
Aos pés da serra, a paisagem é de casas e seus amplos jardins, campos verdes e plantações de banana. À medida que vai subindo, o que predomina é a vista das montanhas, que fazem parte da serra, e cuja estrada em curvas vai contornando.
Mirantes, lanchonetes e hospedagem
A viagem de moto pela Serra Dona Francisca também é mais cômoda, já que diferentemente das outras, há mais opções de lanchonetes, bancas de frutas e caldo de cana ao longo do caminho.
Ao longo do trajeto há um único mirante, no km 16, um recuo da vida com bancos para sentar e vista panorâmica para a serra e algumas de suas curvas.
Quanto a hospedagens, na altura do km 19 da estrada, já na subida da serra, está instalado o Hotel Fazenda Dona Francisca. Próximo ao pórtico de entrada de Campo Alegre também há uma opção de hospedagem e cabana. As possibilidades se multiplicam à medida que se entra na cidade.