Cerca de 55,20% dos profissionais que atuam em escolas de educação básica municipais de Florianópolis aderiram a greve contra as mudanças no sistema de previdência da Capital nesta quinta-feira (13). Cerca de 18 unidades estão com atendimento parcial, nove com atendimento integral e 12 estão completamente sem funcionários, segundo balanço divulgado pela prefeitura.
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Os Núcleos de Educação Infantil (NEIMs), que atendem crianças pequenas, também sofreram o impacto da greve. De acordo com a prefeitura, 30,2% dos profissionais aderiram a paralisação. Com isso, 26 unidades estão atendendo normalmente, 37 aderiram de forma parcial e 12 creches estão sem atendimento.
Impacto na saúde
Dos 2.095 profissionais de saúde, 197 aderiram à greve, o que representa 9,40% dos trabalhadores. Segundo o executivo, “a maior parte dos serviços segue operando sem grandes alterações”. Os pacientes que foram impactados e não conseguiram realizar as consultas já agendadas serão orientados para remarcar os serviços.
O Alô Saúde Floripa também está disponível pelo telefone 0800 333 3233.
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Na região central, os postos de saúde da Agronômica, Pantanal e Trindade não aderiram à greve. As unidades do Córrego Grande (75%) e do Itacorubi (57,14%) são as que possuem mais servidores em greve. Confira a situação:
- Centro: 4,35% de adesão
- Córrego Grande: 75% de adesão
- Itacorubi: 57,14% de adesão
- João Paulo: 6,25% de adesão
- Monte Serrat: 3,57% de adesão
- Prainha: 6,98 % de adesão
- Saco dos Limões: 3,33% de adesão
- Saco Grande: 17,86% de adesão
No Continente, a unidade do Novo Continente está com 73% dos funcionários em greve. As unidades do Abraão, Capoeiras, Coloninha, Estreito, Jardim Atlântico, Monte Cristo e Sapé não aderiram.
- Balneário: 31,82% de adesão
- Coqueiros: 12% de adesão
- Novo Continente: 73,08% de adesão
- Vila Aparecida: 7,69% de adesão
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No Norte da Ilha, a unidade dos Ingleses é a que tem o maior número de funcionários em greve. Ao todo, são 65,22% servidores que aderiram a paralisação neste posto. As unidades de Canasvieiras, Ratones, Santo Antônio de Lisboa e Vargem Grande não aderiram.
- Barra da Lagoa: 36,36% de adesão
- Cachoeira do Bom Jesus: 50% de adesão
- Capivari: 2,63% de adesão
- Ingleses: 65,22% de adesão
- Jurerê: 25% de adesão
- Ponta das Canas: 7,69% de adesão
- Rio Vermelho: 5% de adesão
- Santinho: 52,94%
- Vargem Pequena: 10%
No Sul da Ilha, metade dos servidores do posto de saúde da Costa da Lagoa entraram em greve. Na Armação, Canto da Lagoa, Caeira da Barra do Sul, Carianos, Lagoa da Conceição, Morro das Pedras e Ribeirão da Ilha, o atendimento acontece normalmente.
- Alto Ribeirão: 26,09% de adesão
- Campeche: 13,89% de adesão
- Costa da Lagoa: 50% de adesão
- Costeira do Pirajubaé: 5,71% de adesão
- Fazenda Rio Tavares: 25,93% de adesão
- Pântano do Sul: 22,22% de adesão
- Rio Tavares: 38,46% de adesão
- Tapera: 2,70% de adesão
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Demais serviços de saúde
No Centro de Atenção Psicossocial (Caps), apenas duas unidades aderiram parcialmente a greve: unidade Ilha (11,73%) e na Infantil (18,35%). Na unidade continente, Ponta do Coral e no Caps 3, que funciona 24h, não houve adesão.
A farmácia especializada e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) também não estão em greve. O Samu também não aderiu, mas alguns outros serviços, como policlínicas, somam 1,85% de adesão ao movimento.
O que diz o Sintrasem
O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem) disse que só deve ter um balanço definido com o número de profissionais em greve no fim da tarde desta quinta-feira. Durante a manhã, o Sindicato esteve em unidades de educação e de saúde para conversar com os servidores.
Em nota publicada nesta quarta-feira (12), o sindicato avaliou a proposta da reforma como um ataque contra o serviço público e “parte do plano de destruição das nossas aposentadorias”.
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Ainda, o sindicato alega que o projeto aumenta o tempo de serviço de contribuição, além de impactar a aposentadoria especial e taxar aposentados. Há também a alegação de descumprimento do acordo firmado para chamar efetivos do concurso público no magistério e na saúde.
“A greve é uma resposta firme ao prefeito que iniciou seu segundo mandato mostrando que investir no serviço público não será sua prioridade”, diz a nota.
O que diz a Prefeitura de Florianópolis
“A greve deflagrada hoje pelo SINTRASEM, por tempo indeterminado, acontece mesmo antes do início das discussões do projeto da Reforma da Previdência, enviada hoje (12) à Câmara de vereadores. O projeto busca garantir a aposentadoria dos servidores e tem o objetivo de recuperar a capacidade de manutenção do fundo previdenciário.
“O sistema previdenciário está com um rombo de 8 bilhões, que se acumula desde 1999. Ninguém quis mexer antes e a bola de neve foi aumentando. Se continuar, a Prefeitura não vai conseguir pagar as aposentadorias em alguns anos. O que estamos propondo é uma adequação a algo que o Governo Federal já fez. A discussão agora é na Câmara de vereadores e o sindicato anuncia greve, penalizando também os serviços para a população”, enfatizou o Prefeito Topázio Neto.
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Reforma da previdência
A proposta foi enviada nesta quarta-feira para avaliação da Câmara de Vereadores e aumenta a idade de aposentadoria para homens e mulheres no município, assim como a aposentadoria por tempo de contribuição.
Atualmente, a idade era de 65 anos para homens e 60 para mulheres, ambos com dez anos de contribuição. Com a proposta, a idade para homens permaneceria a mesma, mas a aposentadoria só seria possível com, no mínimo, 25 anos de contribuição. Para as mulheres, o tempo de contribuição também se altera, além de elevar a idade mínima para 62 anos.
Por tempo de contribuição, antes homens podiam entrar com o processo de aposentadoria a partir de 60 anos, enquanto as mulheres podiam solicitar a partir dos 55. Agora, esse tipo de aposentadoria será unificada com a idade, se aprovada a proposta.
A proposta não deve aumentar taxas, mas também muda a forma de contribuição de aposentados e pensionistas, onde a contribuição do INSS passa a ser sobre o que ultrapassa 2 salários mínimos, ou seja, a alíquota se aplica para todos os aposentados sobre os valores acima disso.
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Outras mudanças envolvem a aposentadoria de pessoas com deficiência, por exemplo. Antes a aposentadoria era integral para doenças graves, doenças profissionais e acidente de trabalho. A partir de agora, passa a ser apenas para doenças profissionais e acidentes de trabalho.
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