Um biomédico envolvido na Operação Venefica, que teve início em agosto de 2023 e apurou o funcionamento de clínicas ilegais de emagrecimentos, foi alvo de uma nova ação do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) na segunda-feira (27). Conforme o Ministério Público, mesmo proibido, o homem teria voltado a exercer a profissão e a atender de forma clandestina em Joinville.
Continua depois da publicidade
Clique aqui para receber as notícias do NSC Total pelo Canal do WhatsApp
Na tarde de segunda-feira, o Gaeco, em apoio à investigação da 13ª Promotoria de Justiça da Comarca de Joinville, cumpriu três mandados de busca e apreensão com o objetivo de apurar se o réu da Operação Venefica estaria exercendo a profissão de biomédico, mesmo proibido, e atendendo pacientes de forma clandestina, em sua residência, com o auxílio de outras pessoas.
Veja fotos da operação contra clínicas de emagrecimento ilegais

Na operação de 2023, foram encontradas em uma das clínica amostras de sangue, sendo que o local tinha alvará pra esta atividade (Foto: Reprodução)

Em 2023, medicamentos estavam sendo armazenados de forma irregular, alguns deles até fora da validade(Foto: Reprodução)
As ordens judiciais, expedidas pela Vara Regional de Garantias da Comarca de Joinville, foram cumpridas pelo Gaeco em três endereços diferentes, todos na cidade de Joinville.
Continua depois da publicidade
Coach e dono de clínicas de luxo em Balneário Camboriú e Joinville sai da cadeia no Natal
Relembre a Operação Venefica
O biomédico é um dos 24 pessoas réus por participação no esquema de clínicas ilegais de emagrecimento que funcionaram em Joinville, Itajaí e Balneário Camboriú. Entre os crimes que teriam sido praticados pelo grupo está a formação de organização criminosa, liderada por Felipe Francisco, dono de uma das clínicas, falsificação, adulteração e venda irregular de medicamentos, falsidade ideológica e exercício ilegal da Medicina.
Entre os participantes do esquema estariam médicos, farmacêuticas, nutricionistas, biomédicos e fisioterapeutas, integrantes da equipe administrativa das clínicas também teriam cooperado para a prática dos crimes, ficando responsáveis muitas vezes pela compra dos medicamentos para o estoque na própria clínica. Veja como atuava cada profissional:
Farmácias de manipulação: as quais aviavam as receitas ilicitamente recebidas dos integrantes da F Coaching, alteravam produtos para fins terapêuticos e medicinais, criando compostos em desacordo com as autorizações e normas sanitárias, omitiam informações nos rótulos das fórmulas, e ainda incluindo no rótulo, muitas vezes, substâncias diversas daquelas constantes na composição do produto, com o único fim de criar um falso encarecimento desses produtos para garantir o superfaturamento da quadrilha.
Nutricionistas: a quem cabia fazer as prescrições de substâncias medicinais, psicoativas, e de uso controlado mediante a obtenção de “altas comissões”;
Continua depois da publicidade
Biomédicas: a quem cabia a aplicação dos injetáveis, como anabolizantes e medicamentos manipulados injetáveis de protocolos criados por Felipe na própria clínica;
Médicos: a quem cabia a assinatura das receitas efetuadas por Felipe e pelos nutricionistas, ou a autorização mediante contraprestação financeira para a livre emissão de receitas médicas com seus dados e assinaturas;
Funcionários do administrativo: a quem cabia a guarda, depósito e controle do estoque dos medicamentos para a venda, substâncias ilicitamente vendidas e entregues a consumo no local, assim como a aquisição de tais produtos, realização de pedidos dos produtos com fins terapêuticos e medicinais, em sua grande maioria anabolizantes e manipulados prescritos pelo bando e a sua entrega aos consumidores;
Leia também
Vítima de acidente com ônibus na Serra Dona Francisca permanece internada em Joinville
Em negócio bilionário, JBS compra 50% de gigante de ovos que tem unidade em SC
Balneário Camboriú fecha o cerco às motos e patinetes elétricos e faz até blitz; FOTOS