A Justiça de Santa Catarina decretou na tarde desta quinta-feira (27) a falência continuada da Teka Têxtil S.A., uma das mais tradicionais indústrias têxteis do Brasil, após mais de 12 anos em recuperação judicial. A decisão foi tomada pela Vara Regional de Falências e Recuperação Judicial de Jaraguá do Sul, considerando o descumprimento do plano de recuperação e a dívida acumulada, que ultrapassa R$ 4 bilhões.
A decisão foi dada horas depois do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) recomendar que a falência continuada não fosse decretada. O MPSC reconheceu que a Teka pode não ter condições de se recuperar, mas sugeriu que o juízo aguardasse a conclusão de uma auditoria independente antes de tomar qualquer decisão definitiva. O MPSC havia dito que a auditoria era essencial para garantir transparência e segurança jurídica no processo.
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A empresa, fundada há mais de um século, vinha enfrentando dificuldades financeiras desde 2012, quando ingressou com o pedido de recuperação judicial. Como o Portal Alexandre José havia noticiado. O plano aprovado previa o pagamento de credores e a reorganização financeira da companhia, mas, segundo a decisão judicial, as obrigações não foram cumpridas.
Dívidas trabalhistas e fiscais
A decisão ressalta que os débitos trabalhistas da Teka somam mais de R$ 205 milhões, sendo que apenas R$ 40 milhões correspondem a créditos extraconcursais. Além disso, a empresa acumulou uma dívida tributária de cerca de R$ 2,5 bilhões, tornando inviável a continuidade da recuperação.
Ainda segundo o documento, a Administração Judicial apontou que a empresa vinha operando com prejuízo contínuo e sem fluxo de caixa suficiente para honrar seus compromissos. “Os números impressionam e sugerem uma impossibilidade fática de adimplemento”, destaca o texto da sentença.
Tentativas de reestruturação fracassaram
Nos últimos meses, acionistas chegaram a apresentar propostas para manter a empresa em funcionamento, mas as soluções não foram consideradas viáveis pelo juízo. Uma auditoria foi solicitada para verificar a real situação financeira da companhia, mas problemas na condução do processo levantaram dúvidas sobre sua imparcialidade.
A falência decretada prevê a continuidade das operações por um período de transição, a fim de garantir a preservação de empregos e viabilizar a venda de ativos. A Justiça nomeou um novo administrador judicial para conduzir o processo.
Próximos passos
Com a decisão, os bens da empresa passam a ser administrados pelo juízo da falência, que conduzirá a liquidação dos ativos para pagamento dos credores. A sentença também permite a manutenção temporária das atividades da Teka, buscando minimizar o impacto da falência sobre os mais de 2 mil funcionários.
A reportagem procurou a Teka que informou que fará uma coletiva de imprensa às 17h para esclarecer todos os detalhes.
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