Tradição e memória marcam os 150 anos da Imigração

O Vale Europeu vive dias de forte emoção. As comemorações dos 150 anos da Imigração Italiana em Santa Catarina têm mobilizado Timbó, Rio dos Cedros e Rodeio, que se tornaram palco de encontros marcados pela história, pela música e por um profundo sentimento de pertencimento. É como se, em cada evento, as famílias reencontrassem um pedaço de si mesmas.

Em Timbó, o destaque fica por conta do concerto do Corpo Bandistico Albiano, fundado em 1927, na província de Trento. Com quase um século de trajetória, o grupo traz um repertório que mistura marchas, sinfonias e canções tradicionais trentinas.

Sob a regência do maestro Giovanni Bruni, a apresentação, marcada para 16 de novembro, às 18h, no Teatro Municipal, aproxima dois mundos que sempre estiveram ligados pela memória.

Rio dos Cedros: onde o coração do Sesquicentenário bate mais forte

Em Rio dos Cedros, os dias 14 e 15 de novembro marcam o ponto alto do Sesquicentenário. O município recebe oficialmente representantes da Província Autônoma de Trento, reforçando um laço histórico que se mantém vivo há um século e meio.

A programação, bastante diversificada, começa às 18h do dia 14 de novembro e continua no dia 15, a partir das 17h30. Entre os destaques estão a inauguração da Praça do Sesquicentenário da Imigração Italiana; as apresentações internacionais do Coro Valsella e do Corpo Bandistico di Albiano; o desfile especial dos 150 anos; a feira de artesanato; a entrega da Comenda Ordem do Mérito Cultural; e o baile com o Grupo I Pargoleti.

A nova Praça do Sesquicentenário da Imigração Italiana merece atenção especial: o espaço foi idealizado para preservar, com respeito e sensibilidade, a memória dos imigrantes que chegaram à região movidos por incertezas, coragem e esperança.

Para a comunidade, esses dias têm sabor de reencontro. São momentos que resgatam a coragem dos antepassados, mas também a persistência das tradições que seguem vivas no cotidiano das famílias cedrenses.

Rodeio: música, afeto e o reencontro com Borgo Valsugana

Em Rodeio, as comemorações ganharam contornos especialmente emocionantes. O Encontro de Culturas com Borgo Valsugana reuniu moradores, descendentes e visitantes ao som do Coro Valsella, grupo masculino da cidade italiana. A comitiva veio acompanhada da prefeita Martina Ferrai, em uma iniciativa promovida pela Província Autônoma di Trento e pela Comune di Borgo Valsugana.

A presença deles aqui tem um significado que vai muito além da música. Representa uma reaproximação histórica entre dois lugares que, apesar da distância, dividem raízes profundas. Como explica o organizador Jânio J. K. Pintarelli, os cantos alpinos sempre fizeram parte da identidade do Trentino: “Foram trazidos por nossos bisnonos e preservados como lembrança viva da nossa origem.”

A prefeita de Borgo Valsugana reforça esse sentimento ao destacar o gesto da comitiva italiana: cruzar o oceano para estar ao lado da comunidade rodeiense. Para ela, os bens culturais de um povo são seu maior tesouro, e cada encontro como esse fortalece os laços que o tempo nunca conseguiu desfazer.

Um dos momentos mais simbólicos da visita foi a videoconferência entre Rodeio e Borgo Valsugana, que conectou as crocheteiras locais ao grupo italiano “Donne di Olle – Speranza al Quadrato”.

A ideia surgiu após o chefe da delegação, Stefano Armelini, conhecer a Árvore de Natal de Crochê instalada em frente à Igreja Matriz São Francisco de Assis — e descobrir que o distrito de Olle havia criado uma árvore semelhante durante a pandemia, em 2020. Um encontro de artes, histórias e coincidências que só reforça o quanto os dois povos caminham lado a lado.

A primeira apresentação do Coro Valsella no Brasil aconteceu no dia 11 de novembro, na Igreja Matriz e, depois, diante da Árvore de Crochê. A união entre canto alpino e arte popular resultou em uma noite de emoção pura — daquelas que ficam guardadas.

As comemorações dos 150 anos da Imigração Italiana em Timbó, Rio dos Cedros e Rodeio têm mostrado, dia após dia, que celebrar o passado também é uma forma de fortalecer o presente.

A história dos imigrantes não está apenas nos livros: está nas músicas, nas mãos que tecem, nos encontros que se renovam e no orgulho de quem reconhece, nesses laços, parte fundamental da própria identidade.



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