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Testemunha afirma que Silvinei Vasques ordenou bloqueios no Nordeste nas eleições de 2022

Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), afirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), na segunda-feira (19), que houve ordens para a polícia “tomar um lado” nas eleições de 2022. Na ocasião, a corporação era chefiada por Silvinei Vasques, que atualmente é secretário de Desenvolvimento Econômico em São José, na Grande Florianópolis.

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Adiel afirmou que ouviu uma ordem do então diretor de operações da corporação, Djairlon Henrique Moura, para que a inteligência do órgão atuasse para reforçar abordagens de ônibus e vans com destino ao Nordeste durante as eleições de 2022. Segundo ele, a determinação era do diretor-geral, Silvinei Vasques.

— Entre as pautas que foram discutidas na reunião, o inspetor de Djairlon, que era o diretor de operações, ele pediu um apoio ao diretor de inteligência, inspetor Reischak, para que a inteligência apoiasse a área de operações no indicativo de abordagens de ônibus e vans que tinham como origem os estados de Goiás, São Paulo, Minas e Rio de Janeiro e destino no Nordeste — afirmou.

Segundo Adiel, o diretor justificou a ação dizendo que havia mais acidentes nessas rotas durante feriados. Ele disse que achou a ordem “estranha” e questionou ao diretor:

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— Ele falou mais ou menos o seguinte: “Tem coisas que são e tem coisas que parecem ser. Está na hora da PRF tomar lado. A gente tem que fazer jus das funções de direção e aquilo era uma determinação do diretor-geral”.

O servidor também afirmou que era crítico das ações de Silvinei Vasques:

— O DG (diretor-geral) cobrou fotos das abordagens dos ônibus aos superintendentes. Eu era muito crítico à gestão do Vasques, porque ele estava muito próximo do ex-presidente e vinculando a imagem da corporação ao ex-presidente. Eu ouvi que era ordem do DG esse policiamento direcionado. Foram as nuances que fui juntando e cheguei a essa conclusão. Ele estava fazendo uma polícia de governo, não de Estado. Isso era muito ruim para a PRF.

Silvinei Vasques é um dos réus no processo que apura a suposta tentativa de golpe de Estado nas eleições de 2022. Na denúncia, a Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que ele integrou um grupo que se utilizou especialmente da estrutura da PRF para “obstruir o funcionamento do sistema eleitoral e minar os valores democráticos, dificultando a participação de eleitores que se presumiam contrários a Bolsonaro”.

Testemunha diz que análise de votos no Nordeste foi usada

Outra testemunha ouvida pelo STF, o analista de inteligência Clebson Ferreira de Paula Vieira, da Coordenação-Geral de Inteligência do Ministério da Justiça, durante a gestão de Anderson Torres, afirmou que sua análise sobre municípios com votação acima de 75% para Lula ou Bolsonaro foi usada indevidamente para embasar ações da PRF no segundo turno das eleições.

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Ele disse, ainda, que também foi pedido que ele fizesse um levantamento sobre a distribuição de agentes da PRF. As ordens foram dadas pela então secretária de Segurança Pública do ministério, Marília Ferreira de Alencar.

Ele disse ter ficado “apavorado” ao perceber que uma habilidade técnica foi utilizada em uma decisão que considerou ilegal. Clebson relatou que, ainda antes do fim do pleito, decidiu guardar documentos por receio de ser responsabilizado.

— À época, eu fiquei apavorado. Eu vi que uma habilidade técnica minha foi utilizada para a tomada de decisão ilegal. Eu me preparei para que, no momento oportuno, pudesse falar, como foi quando fui a PF — disse.

O que diz a defesa de Silvinei Vasques

O NSC Total questionou a defesa de Silvinei Vasques sobre os depoimentos, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem. O espaço segue aberto.

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Julgamento no STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou nesta segunda-feira (19) uma nova fase do julgamento da ação penal sobre a trama golpista. Serão ouvidas, até o começo de junho, 82 testemunhas de acusação e de defesa.

Os depoimentos dessa nova fase serão das pessoas indicadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelos integrantes do chamado “núcleo crucial” do golpe. Jair Bolsonaro (PL), principal acusado da ação penal, e Mauro Cid são os dois nomes fundamentais desse núcleo.

A partir desta terça-feira (20), a Primeira Turma do STF julga se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o chamado Núcleo 3 da trama golpista. Fazem parte desse grupo militares presos em novembro do ano passado, no âmbito da Operação Contragolpe, deflagrada pela Polícia Federal e que investigou suposto plano de monitoramento e assassinato de autoridades, como o presidente Lula (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. O plano ficou conhecido como “Punhal Verde e Amarelo”.

*Com informações do g1, do Metrópoles e da CNN.

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