Carioca e apaixonada pelo samba, a cantora Teresa Cristina traz o show “Pagode, Preta” pela primeira vez para Santa Catarina dentro da Programação da 11ª Maratona Cultural de Florianópolis, que começa nesta sexta-feira (21) na Capital.
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O show da cantora é neste sábado (22), 2º dia de maratona, na Arena Floripa.
Leia a entrevista exclusiva na íntegra:
Teresa, sua trajetória é marcada por uma conexão profunda com o samba e com grandes mestres como Cartola e Paulinho da Viola. O que o público pode esperar do seu show na Maratona Cultural de Florianópolis? Alguma surpresa especial no repertório?
O público pode esperar um show completamente diferente. Esse show, já na estrada há 2 anos, se chama Pagode, Preta e é uma homenagem aos pagodes dos anos 80 e 90, chegando um pouquinho até nos anos 2000. É um show de pagode com uma banda de mulheres negras e com um repertório bem diferente do que as pessoas estão acostumadas a ver.
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O samba tem uma força que atravessa gerações e se mantém vivo mesmo diante das transformações da música brasileira. Como você enxerga o papel do samba hoje e sua importância em eventos culturais como este?
Eu acho que o samba tem essa força que nós estamos falando aqui — é a força ancestral, é uma força que não acaba, é uma fonte que nunca seca. Então, por esse motivo, o samba atravessa gerações. Ele tem essa força que a gente consegue sentir, né? Que é o que bate no peito da gente quando a gente ouve aquele samba que tem a ver com a nossa vida, que tem a ver com a nossa história, com a nossa vontade de viver, com a nossa força ou com o nosso estado emocional.
E tem o samba de dentro, né? O samba dos compositores, essa fonte que nunca seca. O samba é um ritmo que se acomoda em qualquer lugar. Você pode ver o samba transportado, às vezes, para outros ritmos — a métrica, você sabe, tá tudo certo. É um gênero musical e um ritmo que foi feito para agregar os outros ritmos dentro dele.
E eu acho que o samba é uma bandeira de luta e de sobrevivência do brasileiro. Isso é inegável. Por isso que eu fico muito honrada quando sou chamada para algum evento cultural, algum festival. Porque o samba não pode ser deixado só nos quintais, né? Ele não pode ficar só nas grandes capitais: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo. A gente tem que percorrer o Brasil cantando samba, porque é um ritmo muito importante para a cultura brasileira. Então, eu acho que um evento cultural que se diz múltiplo e que se diz brasileiro tem que ter o samba na sua timeline.
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A Maratona Cultural é um evento gratuito que democratiza o acesso à arte. Como você vê a importância de iniciativas como essa para o fortalecimento da cultura brasileira e para a formação de novos públicos para o samba?
A Maratona Cultural, eu acho que é um evento que deveria acontecer em todo o solo brasileiro. São iniciativas como essa que valorizam os artistas locais, que valorizam os artistas de outros lugares e que fortalecem, principalmente, o nosso vínculo com o público. Porque a gente pode ir através de rádio, de televisão ou de plataformas, mas estar com o público faz uma diferença muito grande.
Então, eu acho que o samba tem que continuar se renovando e continuar se expandindo. A gente não pode ser o país de vários festivais onde só se toca um ritmo, né? Acho importante, importantíssima essa iniciativa. E eu espero que essa minha ida à Maratona Cultural seja a primeira de muitas.
Florianópolis tem uma cena cultural vibrante e um público que valoriza a música brasileira. Como é para você se apresentar em uma cidade que abraça a diversidade musical e dedica um dia inteiro ao samba?
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Esse show tá na minha cabeça há muito tempo, por vários motivos. Nunca cantei em Florianópolis, a não ser em um jantar, pra 20 pessoas no início dos anos 2000. Acho que vou cantar pra uma cidade que gosta do que eu faço, né? Que gosta do meu trabalho, que me acompanha. E saber que existe um dia inteiro dedicado ao samba é um sonho que tá se tornando realidade. Estou louca para chegar aí.
Veja a programação de encontros musicais da Maratona
A 11ª edição da Maratona Cultural de Florianópolis chega com uma proposta potente: promover encontros musicais que celebram a diversidade da música brasileira, conectando diferentes gerações, territórios sonoros e expressões artísticas.
Entre os dias 21 e 23 de março, a capital catarinense será palco de apresentações únicas, com mais de 460 ações culturais gratuitas espalhadas por toda a cidade. E quando o assunto é música, a programação promete surpreender ainda mais o público.
Vanessa Moreno & Salomão Soares
- 21 de março
- 20h30
- Palco Centro Leste – Rua Nunes Machado » Centro
- Evento gratuito ao público
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Tijuquera Canta Caetano & convida Moreno Veloso e Mauricio Pacheco
- 22 de março
- 16h30
- Palco Centro Leste – Rua Nunes Machado » Centro
- Evento gratuito ao público
Renato Teixeira & Xangai
- 22 de março
- 17h20
- Palco Centro Leste – Rua Nunes Machado » Centro
- Evento gratuito ao público
Teresa Cristina
- 22 de março
- 21h15
- ARENA FLORIPA – Palco Claro – Parque Metropolitano Francisco Dias Velho – Centro
- Evento gratuito ao público
Lara Sales convida Felipe Cordeiro
- 23 de março
- 17h15
- ARENA FLORIPA – Palco Claro – Parque Metropolitano Francisco Dias Velho – Centro
- Evento gratuito ao público | Necessário retirar ingresso via Pensa no Evento
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Dandara Manoela com participação de Jota.Pê
- 23 de março
- 18h45
- ARENA FLORIPA – Palco Claro – Parque Metropolitano Francisco Dias Velho – Centro
- Evento gratuito ao público | Necessário retirar ingresso via Pensa no Evento
*Sob supervisão de Andréa da Luz
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