O jornal O Município teve acesso, na tarde desta quarta-feira, 23, à informação de que a Polícia Civil de Brusque já recebeu os primeiros laudos periciais do caso que investiga o assassinato de Antonio Marcos Sousa, de 35 anos, morto a tiros no bairro Cedro Alto, em Brusque, no dia 7 de julho.
Segundo apuração da reportagem, já foram concluídos os laudos do local, cadavérico e de confronto papiloscópico (impressões digitais). Ainda estão pendentes os exames das armas e dos projéteis.
A expectativa da polícia é que os documentos auxiliem na reconstituição da dinâmica do crime. Na semana passada, a reportagem já havia divulgado novas informações sobre o caso, incluindo o fato de que várias testemunhas foram ouvidas.
Além dos depoimentos, a investigação também confirmou dois pontos importantes: não há câmeras de segurança nas proximidades do local e nenhuma testemunha ocular presenciou o homicídio.
Manifestação da defesa
O advogado do suspeito, Eurico Galm, sócio do escritório Galm Advocacia, conversou com o jornal O Município e optou por não revelar o nome do investigado neste momento.
Segundo Eurico, o investigado teria agido para “resguardar sua própria vida”, bem como a vida da ex-namorada e da ex-sogra do falecido, “as quais vinham sendo constantemente ameaçadas por ele, assim como o próprio investigado”.
A versão apresentada pela defesa sustenta que Antonio foi morto após proferir ameaças contra o suspeito e invadir o cercado da residência onde ele morava.
Questionado sobre a motivação do crime e a relação do investigado com as duas mulheres citadas, o advogado afirmou que, por enquanto, não pode divulgar detalhes.
Informou, no entanto, que ambas não estavam presentes no momento do crime e destacou que o cliente agiu sozinho e ressaltou que ele se apresentou voluntariamente para prestar esclarecimentos à Polícia Civil.
“Nosso cliente é uma pessoa de conduta reta, trabalhador e bem quisto pelos moradores locais. Ele seguirá à disposição da Justiça e das autoridades para maiores esclarecimentos”, concluiu a defesa.
Encontro do corpo
O corpo de Antonio foi encontrado por moradores de uma rua do bairro por volta das 12h30. A Polícia Militar foi acionada e, ao chegar ao local, encontrou a vítima caída ao lado de uma motocicleta que lhe pertencia.
Próximo ao corpo, os policiais localizaram um revólver com cinco munições. Testemunhas relataram ter ouvido cerca de três disparos por volta das 10h.
A área foi isolada até a chegada da Polícia Civil e da Polícia Científica, que assumiram a investigação.
Quem era a vítima
Antonio era natural de São Luís (MA), mas morava em Brusque. Trabalhou por cerca de quatro anos em uma malharia em Nova Trento, no turno da noite, das 22h às 5h. Colegas o descreveram como “uma pessoa trabalhadora”.
A morte dele foi comunicada a funcionários da empresa por meio da reportagem de O Município. Um colega que preferiu não se identificar contou que mantinha apenas uma relação profissional com Antonio e que, após ele sair da empresa, não teve mais contato.
Outro ex-funcionário relatou que Antonio chegou a ser jogador de futebol profissional, com passagens por clubes da Indonésia, Austrália, Paraná Clube e outros times menores.
Apesar disso, Antonio também tinha histórico policial. De acordo com a Polícia Militar, ele possuía passagens por lesão corporal e ameaça, com registros acumulados ao longo dos anos.
Um trabalhador da malharia afirmou à reportagem que, em determinado momento, Antonio foi demitido por justa causa após empurrar um colega durante o expediente.
O corpo de Antonio foi trasladado para Itapecuru-Mirim (MA) ainda na mesma semana do crime, onde ocorreu o sepultamento.
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