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Pai solo adota cinco filhos para não separar irmãos em SC

O chamado para ter uma família era uma certeza na vida do empresário Francisco Luis Koch, de 48 anos, desde a juventude. Foi assim que em 2011 o morador de São José, na Grande Florianópolis, deu início ao processo de adoção, sem restrições de idade, gênero ou condição de saúde. O que ele não sabia é que se tornaria pai solo não de um, mas de cinco filhos.

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— Com o tempo, ficou claro que eu não precisava esperar por uma circunstância perfeita, um relacionamento ideal, ou uma vida impecavelmente planejada. Eu só precisava estar disposto a amar, a acolher, e a ser o porto seguro de alguém e de crianças e adolescentes que também estivessem dispostos a formar a minha família — conta.

Francisco conta que tomou a decisão de que queria formar uma família aos 23 anos. Quando estava chegando na casa dos 30, buscou meios que pareciam viáveis para ser pai: ter o filho com uma amiga, alugar uma barriga fora do país ou ser pai por adoção.

Pela crença na humanidade e o pensamento de um mundo já super lotado, escolheu adotar. Contudo, até então ele não imaginava que seria pai de cinco, e que essa experiência iria superar o que ele já esperava da paternidade. O perfil aberto, sem restrições em relação à adoção, também fez com que houvesse uma expectativa grande quanto à adoção.

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— Por ser uma adoção de um homem cis gay, sozinho, também gerou muita discussão de como fazer esse processo. Tivemos muitos erros e acertos durante o processo por parte da Justiça e da minha parte também — pontua.

Em novembro de 2011, ele iniciou o processo de adoção. Foi assim que a história dele se encontrou com a de Cristiano, com 14 anos na época, e Cristiny, de 9, duas crianças que precisavam de um lar. Sete anos depois, em 2019, a Justiça o convidou para conhecer Mayra, uma menina de 8 anos.

O que ele descobriu ao chegar no abrigo é que Mayra tinha dois irmãos, Andriw e Iago. Separar os três não era uma opção. Assim, o empresário enfrentou dificuldades financeiras e emocionais e decidiu acolher os três para garantir que eles continuassem juntos. Atualmente, Cristiano tem 27 anos, Cristiny 22, Andriw 16 anos, Mayra 14, e Iago 12 anos.

Veja fotos da família

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— Quando a família cresceu sete anos depois, com a chegada de mais três irmãos, eu sabia que não seria um processo simples. Mas quem disse que as melhores coisas da vida vêm facilmente? Houve adaptação, houve ajustes, mas acima de tudo, houve paciência —explica Francisco.

Ele relata que apesar de gratificante, o processo também foi marcado por desafios, ansiedade e o sentimento de que não daria conta. Para os filhos mais velhos, foi uma experiência diferente, em que acompanharam o processo de adoção como adotados e como adotantes.

Assim, formou-se um novo significado para a palavra família. Agora Francisco tem uma rotina desafiadora, em que busca entregar o melhor de si, cuidar, acalentar e educar cada um deles, em uma rotina que mescla trabalho, cuidados e a presidência de uma ONG.

— Dizer que é difícil seria reduzir essa experiência a meros obstáculos. É intenso, é caótico, e às vezes é cansativo — mas acima de tudo, é extraordinário. Cada dia é uma nova descoberta, um novo aprendizado, com muita atenção ao diálogo e a formação que espero que eles tenham como cidadãos — destaca.

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Adoção tardia foi escolha consciente, conta empresário

Francisco comenta que a preferência de muitas famílias pela adoção de bebês faz com que crianças e jovens passem anos em abrigos, na espera de uma adoção que às vezes não chega. Por conta disso, a adoção de crianças mais velhas e adolescentes foi uma escolha consciente no processo dele.

— Para mim, a idade nunca foi um fator determinante — o vínculo, sim. Foi uma experiência transformadora, que me ensinou que o amor não precisa de tempo para se construir, apenas de abertura para existir. Nós como adultos mudamos o tempo todo, crianças e adolescentes conseguem mudar ainda mais e de forma mais consistente — explica.

Ele destaca que formar uma família tem seus altos e baixos, e quem for adotar deve pensar que esse processo significa uma mudança completa na vida daquela criança ou adolescente. Para ele, adotar é a formação de uma família, um compromisso, uma entrega, e a escolha diária de estar presente, cuidar, ensinar e aprender.

— A adoção me transformou, me deu um propósito maior do que eu poderia imaginar, superou todas as minhas expectativas e fez eu superar inclusive as expectativas que eu tinha para mim mesmo. Eu considero que venci na vida, não financeiramente, mas eu venci, sendo que a adoção e a formação da minha família, foi a maior vitória que eu conquistei, com meu esforço, estudo e paciência — declara.

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— Para quem pensa em adotar, meu conselho é simples: abrace essa decisão com o coração aberto, mas com os pés no chão. A adoção não é sobre salvar ninguém; é sobre construir juntos. Por isso, estude muito, leia livros, assista vídeos, participe de grupos de apoio. Amo meus filhos, faria tudo de novo, mil vezes — completa.

Dia Nacional da Adoção

Celebrado neste domingo (25), o Dia Nacional da Adoção marca um processo que ainda enfrenta desafios no país.

Segundo o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), há mais de 33 mil crianças e adolescentes acolhidos, sendo que 4.681 aguardam um lar.

Por outro lado, há 36.324 pretendentes cadastrados no processo de adoção, porém a maior parte busca bebês, dificultando a adoção de crianças mais velhas. O cenário é o mesmo em Santa Catarina, o que reforça a necessidade de conscientização sobre a adoção tardia.

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