O secretário de Saúde de Brusque, Ricardo Freitas, respondeu a perguntas de vereadores durante a sessão da Câmara nesta terça-feira, 16. A ida do secretário à sessão ocorre em meio a uma polêmica de um suposto déficit nas contas da pasta, negado pelo governo municipal.
A polêmica começou após uma entrevista de Ricardo ao portal Olhar do Vale, em que foi citado a possibilidade de rombo nas contas da secretaria. Os vereadores convidaram o secretário para ir à sessão. Confira, abaixo, as perguntas e respostas.
Antonio Roberto (PRD): Qual é o investimento da Secretaria de Saúde nas unidades de pronto atendimento?
Ricardo afirma que a Secretaria de Saúde repassa R$ 1,6 milhão ao pronto atendimento do Hospital Azambuja (com sobreavisos incluso), R$ 500 mil à unidade do Hospital Dom Joaquim e R$ 750 mil ao PA do Santa Terezinha.
Paulinho Sestrem (PL): Como está o planejamento da Secretaria de Saúde para o serviço de atendimento aos autistas?
O secretário diz que a pasta busca um espaço para oferecer um serviço público de atendimento a pessoas com autismo de níveis 1 e 2. O espaço visado pela prefeitura fica no Centro I. A casa pertence ao governo do estado e a prefeitura busca a cessão do imóvel.
“Para construir um serviço em espaço próprio, vai demorar um pouco. Já demos o ‘start’ e a prefeitura vai procurar um terreno e verbas para produzir um espaço para Casa do Autista”, comenta.
Bete Eccel (PT): O senhor fala em ‘descompasso’ nas contas. Diz que a população teria que esperar por um tempo até voltar à normalidade. O que está sendo pensado pela secretaria para não deixar a população esperando?
Ele reconhece que a demanda é maior do que é possível ofertar. Além disso, entende que existem demoras em serviços de saúde e aponta problemas relacionados à defasagem na tabela SUS. Conforme Ricardo, há laboratórios que reduzem serviços sob justificativa que a tabela é deficitária.
“Não haverá colapso, mas não posso ser inocente e sair gastando dinheiro agora. Estamos verificando para fazer um mutirão de exames perto do fim do ano, porque saberei quanto haverá de sobra”.
Leonardo Schmitz (PL): Como estão as reformas dos postos de saúde?
Ricardo classifica as obras nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) como um “tendão de Aquiles”. Ele exemplifica que “a secretaria não é dona sozinha das UBS”. Ampliações e construções são de responsabilidade da Secretaria de Infraestrutura, que contrata empresas terceirizadas por meio de licitações.
“Não temos muita gestão sobre ampliação e construção de postos de saúde. Nós ‘pagamos a conta para o filho’. Há empresas que não prestaram o serviço e deixaram as obras. Assim, precisamos pedir para a Infraestrutura realizar todo o processo de desligamento das empresas”, lamenta.
Joubert Lungen (Podemos): Em Brusque, poderá ter colapso na saúde?
A pergunta do vereador Joubert Lungen fez o secretário voltar ao tema das contas da secretaria. Ricardo negou possibilidade de colapso e exemplificou a disponibilidade de verbas da pasta como uma viagem de férias.
“Não há colapso e não tem como colapsar a saúde. Quando fui viajar, perguntei a um amigo o quanto precisaria levar em dinheiro. Ele disse que, a comida, quem faz (decide quanto gasta) sou eu, pois depende do que irei comer. É impossível colapsar a saúde, porque podemos comer pouco ou comer muito, mas nunca passar fome”, exemplifica.
Jean Pirola (PP): O que nós, vereadores, podemos fazer para buscar verbas para a saúde e em qual área da saúde?
Ricardo afirma que os vereadores podem ser recebidos por ele na secretaria. Assim, ele poderá apresentar uma lista de necessidades financeiras da pasta. Porém, ressalta que toda verba é bem-vinda. “Vocês têm esse dom de buscar dinheiro”.
Cacá Tavares (Podemos): Qual o número de servidores da secretaria hoje? Quantas UBS nós temos em Brusque?
O secretário informou ao vereador Cacá Tavares que são 27 postos de saúde no município. Ao todo, a secretaria dispõe de 1.065 servidores, sendo 560 nas unidades de saúde.
Valdir Hinselmann (PL): Há uma busca por padronizar o atendimento nas UBS? E sobre as cirurgias de catarata, como anda isso?
Ele afirma que a padronização está sendo analisada junto com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Brusque e Região (Sinseb) e espera dar uma resposta mais exata em fevereiro.
Quanto às cirurgias de catarata, o secretário diz que o governo do estado demora em torno de 90 dias para realizar o pagamento do serviço. Caso o prestador não entregue a conta até o dia 30 do mês, o sistema fecha e reabre apenas no dia 10. Assim, o pagamento acaba atrasando, pois fica para o mês seguinte.
“Estamos falando de R$ 400 mil, e não de R$ 400. Há prestador que, se atrasar um pagamento de R$ 400 mil, não quer mais realizar o serviço”. Atualmente, alguns pacientes de Brusque estão sendo atendidos em Penha, para não aguardar por muito tempo na fila de espera.
Alessandro Simas (União): Percebemos o desgaste físico e mental dos servidores da secretaria. Há possibilidade de redução de carga horária, principalmente nos postos de saúde?
O secretário reconhece que a carga horária é um problema, mas a redução passa por obstáculos, porque segue diretrizes do Ministério da Saúde. Além da carga horária, há problemas pessoais vividos pelos servidores.
“Temos um projeto a longo e curto prazo. O primeiro seria criar o Serviço de Medicina do Trabalhador, com atendimento médico, enfermagem e psicólogo. A curto prazo, temos o programa Cuidando de Quem Cuida, e estamos começando com psicólogo, para escutar os profissionais”, finaliza.
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