A Polícia Civil conseguiu identificar quem atropelou e matou o ciclista João Paulo dos Santos, de 19 anos. O acidente aconteceu na última sexta-feira (28) e o condutor deixou o local sem prestar socorro, como mostram imagens de câmeras de segurança da região.
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De acordo com a investigação, quem estava ao volante era um homem que está com a CNH suspensa. O veículo, inclusive, não era dele, e sim da namorada, uma empresária moradora do bairro Itoupava Central. Os dois estavam juntos no veículo no momento do atropelamento.
O casal se apresentou na delegacia nesta quarta-feira (2) e afirmou não ter percebido que atropelou uma pessoa. Eles não foram presos porque não havia mais flagrante e nem mandado de prisão.
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O que revelam as imagens
A mulher chegou a dizer inicialmente à polícia que ela estava ao volante, mas as imagens obtidas pela polícia mostram o contrário. Vídeos revelam que logo após o acidente, na Rua Dr. Pedro Zimmermann, eles pararam o carro no acostamento e saíram os dois pela porta do carona (veja abaixo).
A empresária desembarcou primeiro e, na sequência, saiu o namorado. Os dois olham para o carro aparentemente assustados, mas nenhum vai ao ponto exato onde houve o acidente — que fica do outro lado da rodovia — ver se havia alguém ferido. Depois, ela assume a direção e ambos saem do local.
O casal vai para o condomínio onde a mulher mora, como também mostram imagens de câmeras de segurança. Na manhã seguinte, sábado (29), os dois saem com o veículo que está com o para-brisas completamente quebrado pelo impacto da batida e levam o automóvel para o conserto.
Depois de arrumado, o carro foi escondido em outra cidade, segundo o delegado Antônio Godói.
Os dois voltaram para o condomínio no fim de semana apenas para buscar algumas coisas, mas não ficaram mais no imóvel. Gravações mostram a empresária chamando um carro de aplicativo na frente do prédio. Ela também não foi trabalhar na segunda-feira (1º).
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Os dois teriam, então, procurado um advogado.
O que disse o casal
O homem acabou admitindo que estava ao volante e falou ter se perdido no acesso à Rua Dr. Pedro Zimmermann. Ele não é morador da cidade e disse não ter percebido que atingiu um ciclista. O motorista alegou que trocou de lugar com a mulher no carro justamente por causa da CNH suspensa.
A empresária afirmou que a relação dos dois é recente e não sabia até o momento do acidente que o namorado não podia dirigir. Ela disse que ele pediu para assumir a condução do carro naquela noite. Os dois afirmaram ter saído do local quando pessoas começaram a se aglomerar em volta. Eles teriam ficado com medo.
As gravações mostram que o homem e a mulher não foram ao ponto do acidente olhar o que tinham atropelado. O casal afirmou à polícia que só se deu conta da gravidade da situação mais tarde.
A polícia deve indiciar o homem por homicídio culposo na direção de veículo automotor. Entretanto, ainda aguarda algumas perícias para decidir os encaminhamentos do inquérito. A Fiat Toro da empresária, por exemplo, deve ser entregue nesta semana à polícia e também o para-brisas quebrado.
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Outras testemunhas também serão ouvidas ao longo dos próximos dias. A polícia ainda precisa estabelecer se a saída do casal da cena configurou omissão de socorro, já que ambos alegam não ter visto que se tratava de uma pessoa atropelada.
A mulher deve responder por entregar a direção do carro a pessoa com o direito de dirigir suspenso.
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