Iniciou nesta sexta-feira, 19, o julgamento de três dos sete réus acusados do assassinato do empresário brusquense Edinei da Maia. Entre eles está Elisa Zierke dos Passos, viúva da vítima e apontada como mandante do crime, além de Patrick William Schlichting, conhecido como “Russo”, e Jean Carlos Hang.
Enquanto era lido o resumo do processo, Elisa se emocionou e precisou ser levada para fora da sala para se recompor. Por volta das 9h20, a promotoria questionava o delegado Alex Bonfim, que atuou no caso à época.
“Trabalhei 15 anos na cidade e devo ter atuado em mais de 50 homicídios. Esse, sem dúvida, foi um dos piores, um dos mais cruéis e eu vou levar isso para o resto da minha vida”, disse Alex.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Elisa teria encomendado o assassinato para “livrar-se” do marido, manter um relacionamento extraconjugal com Júlio Cesar Durgo Sothe, o “Montanha”, e assumir os bens e a empresa de Edinei. Dos sete réus, apenas Júlio Cesar, natural de Curitiba (PR), não era de Brusque.
O caso ficou conhecido como “Viúva Negra”, denominação atribuída pela investigação diante da suspeita de que Elisa teria planejado, de forma premeditada e cruel, a morte do marido.
Emboscada
O Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) aponta que Patrick foi contatado por Elisa e Júlio Cesar para organizar o crime. Ele, então, chamou outros quatro comparsas: Robson de Amorim, o “Grilo”, Jeferson Alves, o “Cuky”, Kaue Hans Becker e Jean Carlos Hang. Todos teriam recebido pagamento ou promessa de recompensa pela participação.
Dias antes da execução, possivelmente em 19 de fevereiro de 2024, Patrick, Robson, Kaue, Jean e Jeferson teriam ido até uma área de mata onde cavaram a cova em que Edinei seria enterrado.
A emboscada foi preparada em Vidal Ramos, município vizinho, com um falso pedido de orçamento de lápide. Proprietário de uma marmoraria, Edinei se deslocou até o local no dia 22 de fevereiro de 2024, por volta das 5h50, quando foi rendido por Kaue e Jean. Eles amarraram as mãos e o pescoço da vítima com cordas e a colocaram no porta-malas do carro.
Em seguida, Edinei foi transferido para uma Blazer de Robson, onde estavam Patrick e o próprio Robson. Segundo a denúncia, Patrick portava um revólver preto usado para ameaçar a vítima e obrigá-la a obedecer.
Execução e ocultação do corpo
Na área de mata, os réus teriam agredido Edinei na cabeça e no tórax, além de possivelmente efetuarem disparos de arma de fogo.
O laudo cadavérico, no entanto, não conseguiu determinar se a morte foi causada pelos tiros ou pelas agressões, devido ao estado de decomposição.
Após a execução, o grupo enterrou o corpo na cova já preparada e fugiu. O cadáver só foi encontrado em 15 de junho de 2024, três meses e 23 dias após o desaparecimento, já em decomposição e com o crânio em estado de ossada.
Condenações já definidas
No primeiro júri, realizado em 6 de junho, três réus já haviam sido condenados: Júlio Cesar Durgo Sothe, o “Montanha” (27 anos de prisão), Robson de Amorim, o “Grilo” (27 anos) e Kaue Hans Becker (26 anos). Todos cumprem pena em regime fechado.
O julgamento desta sexta-feira deve definir a responsabilidade criminal de Elisa, Patrick e Jean. O sétimo acusado, Jeferson Alves, o “Cuky”, não será julgado nesta etapa, já que sua defesa apresentou recurso.
*Colaboração: Otávio Timm
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