Projeto apoiado pela FAPESC fortalece a análise da qualidade do ar em Santa Catarina, unindo dados satelitais e coletas de campo. A iniciativa segue padrões nacionais e internacionais e oferece bolsas para pesquisadores e estudantes
Com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população catarinense por meio do diagnóstico e monitoramento do ar, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) lançou, nesta quinta-feira (3), o edital nº 42/2025 – Apoio à Infraestrutura e ao Uso de Tecnologias para Gestão da Qualidade do Ar de Santa Catarina.
A chamada pública convida pesquisadores vinculados a Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs) de Santa Catarina a submeter projetos para avaliar a qualidade do ar nas seis mesorregiões do estado. O objetivo é gerar conhecimento técnico e científico que apoie políticas públicas, estimule a cooperação técnica e oriente estratégias eficazes de gestão ambiental.
Com um investimento total de R$ 6,5 milhões, o edital financiará um único projeto de grande porte, que deve atender a todo o estado e ser obrigatoriamente desenvolvido em rede de ICTs. O projeto não se restringirá a medições pontuais ou locais isolados, devendo cobrir as seis mesorregiões do estado.
A execução será dividida em duas etapas principais:
A primeira, retrospectiva, analisará dados satelitais coletados entre 2019 e 2024, com coletas de campo para averiguar a condição real e comparar com os dados de satélite. Serão consideradas medições de diversos poluentes atmosféricos, como material particulado com diâmetro aerodinâmico menor ou igual a 2,5 e 10 micrômetros (PM2,5 e PM10), ozônio (O3), dióxido de nitrogênio (NO2), dióxido de enxofre (SO2) e monóxido de carbono (CO).
A segunda etapa, prospectiva, ocorrerá entre 2025 e 2026 e envolverá análises realizadas diretamente no ambiente, com coletas in loco para medir nanopartículas e carbono negro (Black Carbon), poluentes associados a riscos significativos à saúde pública.
Todas as análises deverão seguir os padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS), da recém-criada Política Nacional de Qualidade do Ar e das resoluções mais recentes do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), garantindo a conformidade com normas nacionais e internacionais.
Além disso, o projeto deverá mapear áreas críticas e fontes poluidoras, propondo recomendações estratégicas para o monitoramento e a redução das emissões atmosféricas.
São oferecidas bolsas para diferentes perfis, com valores que variam conforme a experiência e qualificação dos candidatos. As bolsas SET-A, SET-B e SET-C são destinadas a profissionais com experiência comprovada em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), com remunerações de R$ 7,8 mil, R$ 6,5 mil e R$ 5,85 mil, respectivamente.
Também serão concedidas bolsas para estudantes de mestrado (R$ 2,3 mil) e doutorado (R$ 3,4 mil), além de bolsas específicas para Desenvolvimento Regional: MDRe (R$ 6,07 mil) e DDR (R$ 10 mil), com exigências adicionais de produção técnica e dedicação mínima. Destacam-se ainda as bolsas para Especialista Visitante (R$ 15,75 mil) e DCR A (R$ 16,75 mil), voltadas a doutores com ampla experiência acadêmica ou internacional.
As propostas podem ser submetidas até as 18h do dia 4 de agosto de 2025, pelo sistema SIGFAPESC, e o resultado final será divulgado no dia 23 de outubro.
Por Vanessa Karine Menegassi
Fonte: ASCOM Fapesc