Familiares e amigos do jovem Luiz Eduardo Scloneski, de 21 anos, vão fazer uma manifestação em Navegantes, Litoral Norte Catarinense, neste domingo (9), a partir das 16h. Ele foi decapitado por uma linha de cerol enquanto trafegava de moto no KM 2 da BR-470. O acidente aconteceu no sábado (1º) e foi atendido pelos Bombeiros Voluntários da cidade.
Luiz era casado há pouco mais de dois meses. A esposa, Kaline Antunes, estava junto no momento do acidente. Ela conta que eles estavam indo na casa de um amigo e que tudo aconteceu muito rápido.
“Quando caímos vi que no meu pé havia um bolo de linha enrolado, que acabou sendo puxado pela moto. Eu não consegui ver a pipa, mas em questão de segundos vi meu marido morrer. Tinha muito sangue em cima de mim”, relembrou.

Leis proíbem uso e comercialização de pipas e instrumentos cortantes
Em Santa Catarina, a lei estadual nº 11.698, instituída em janeiro de 2001, proíbe a “utilização de pipas ou similares equipadas com instrumentos cortantes e com linhas preparadas à base de produtos cortantes”.
Na cidade de Navegantes também há uma lei municipal, a nº 2757 de 2013. Além de proibir o uso, ela também não permite a prática de se empinar pipas nas vias públicas, nas margens da rodovia e próximo de fios de eletricidade de alta tensão.
No Brasil, também tramita uma proposta que proíbe a fabricação, comercialização e uso de cerol. O projeto ainda não foi apreciado e nem votado.
Kaline conta que essa não é a primeira vez que um acidente como esse ocorreu na cidade. A manifestação organizada por Kaline busca fazer cumprir as leis estadual e municipal. O ponto de encontro será na Loja Havan. “Ano passado outra pessoa morreu pelo mesmo motivo. “Tem lei na cidade, mas ninguém respeita. Por isso, precisamos agir antes que tenham outras vítimas e mais famílias chorem e sofram com a perda de quem amamos”.
O que diz a prefeitura
Procurados pela reportagem sobre a fiscalização da lei, a Prefeitura de Navegantes informou que quem infringir a lei municipal sofrerá a apreensão dos objetos, além de ter que pagar multa.
O Executivo Municipal reforça a necessidade de conscientização sobre a proibição do uso do material e que denúncias podem ser feitas na Secretaria de Segurança nos telefones (47) 3342-9500 e (47) 3185-2001. Até o fechamento desta matéria, o município não soube responder quantas ocorrências como essa foram feitas no último ano.
Os casos de acidentes com lesão corporal ou morte ficarão sujeitos a inquérito policial.
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