Nostradamus
Dois colegas de profissão, por coincidência da mesma empresa, virava e mexia, começavam o texto de seus artigos em jornal impresso com a frase “conforme antecipou a coluna”…
O objetivo era se vangloriar naquilo que o jornalismo chama de “furo”.
Foi o que aconteceu na minha última publicação aqui no Portal.
Antecipação
Faltava a oficialização.
Que veio, por coincidência, na mesma sexta-feira (31), quando a assessoria do prefeito soltou um vídeo nas redes sociais (que você vai ver logo abaixo), gravado no Sesi, em que Egidio Ferrari destacou a liberação do estádio para o futebol.
Uma costura articulada internamente, sem a necessidade do aval dos projetos da municipalização, na Câmara de Vereadores (aprovado na primeira sessão do ano e enviado para sansão do prefeito) e na Assembleia Legislativa (ainda precisa ser avaliado e votado).

Protagonista
O prefeito, com toda a habilidade nos bastidores, produziu um grande lance individual e marcou um belo gol.
Liderou o processo (há tempos faltava alguém fazer isso), matou no peito, e abriu o caminho para uma grande vitória.
Com isso, transferiu a responsabilidade da jogada para os clubes.
Pois o golaço coletivo ainda precisa ser marcado.
União
As diretorias estão alinhadas e comprometidas em bancar as reformas que precisam ser feitas.
E pelo que percebi nesta primeira vistoria básica, porém técnica, realizada na manhã desta sexta-feira (7), os clubes vão ter de correr atrás de parceiros e recursos para dividir a conta.
Que ninguém soube ainda precisar o valor.
Um engenheiro indicado pelo Metropolitano acompanhou a visita.
Vai fazer um levantamento dos custos.

Conta
Tentei arrancar um valor básico para ter ideia do que vem pela frente.
Um dirigente me disse que de fato precisa esperar o relatório do engenheiro.
Contudo, acredita que com R$ 200 mil resolve os problemas emergenciais.

Geral
Como troca de azulejos nos quatro vestiários (equipe médica, arbitragem, time visitante e mandante).
Que também vão precisar de uma boa lavada no piso e uma demão de tinta nas paredes.
Essa parte do estádio estava praticamente abandonada.
Tanto é que no vestiário principal, encontrei ninhos de morcegos.
Eram dezenas deles.
Ao perceberem a luz da câmera de televisão provocaram uma revoada um tanto quanto assustadora.




Improviso
Não existe energia no lugar.
Nem água.
Tudo isso vai ter de ser religado.
Tanto é que já se cogita, por causa naturalmente dos custos, o aluguel de dois geradores em dias de jogos (um principal e outro reserva).
Que fica na casa de R$ 15 a R$ 20 mil por evento.

Erva daninha
O maior dos problemas, no entanto, é o gramado.
Que está contaminado e comprometido.
Precisa ser tratado. E aumentado.

Obras
Em cinco metros para ser mais exato.
No comprimento.
Atrás do gol que dá para a rua Itajaí.

28 de fevereiro
É o prazo estabelecido para a entrega dos laudos (Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e Engenharia).
Posteriormente tem a avaliação da Polícia Militar.
E a vistoria definitiva da FCF.
Convenhamos, o tempo é curto.
A Federação vai ter de ceder em alguns pontos.
E tenho certeza que fará.
Está sendo parceira.

Permuta
Muita coisa precisa ser feita.
Por isso, a necessidade de conversar com empresários do ramo elétrico, hidráulico, da construção, de tintas…
Em troca de placas de publicidade no estádio, por exemplo.
Sem contar a mão de obra -que em algumas situações, pode ter a colaboração da prefeitura.
Não esperem repasse de dinheiro.
O rombo é de R$ 372 milhões.

Conspirando
A hora é essa!
Não tem mais volta.
Chega de pedir favores.
E ser motivo de chacota.


Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de setorista na Rádio Unisul – CBN. Atualmente é apresentador, repórter, produtor e editor de esportes do Balanço Geral da NDTV Blumenau. Na mesma emissora filiada à Record, ainda exerce a função de comentarista, no programa Clube da Bola, exibido todos os sábados, das 13h30 às 15h.
