Batismo
Desde os tempos do Aderbal, mesmo começando no rádio e só fazendo perguntas, tinha gente que pegava no meu pé.
“Veado. Bicha. Maconheiro”…
Essas eram as gentilezas básicas.
Muito porque eu era cabeludo.
Levava na boa.
Não estava nem aí.
Só queria ser o melhor repórter da cidade.

Alvo
A partir do instante que comecei a ter opinião, passei a ser xingado.
No Sesi, por exemplo, tinha um infeliz que adorava gritar o meu nome a plenos pulmões antes e depois dos jogos.
No meio da multidão ficava grandão, machão.
Queria me jogar contra a torcida.
Sentia prazer.
Só pode.


Agitador
Óbvio que, para ver o circo pegar fogo, também me chamava de torcedor do BEC.
Geralmente o imbecil seria ignorado, mas a partir do instante que decidiu ofender minha mãe, não deu mais para ficar quieto.


Inimigo
Durante a semana chegou até mim uma montagem que estava rolando nas redes sociais.
Nela, só pra variar, sou associado ao Blumenau.
Como um dos apoiadores do projeto.
E naturalmente como um opositor do Metropolitano.


Carência
Clube pelo qual o autor da tosca publicação nutre uma paixão desenfreada.
Afinal, o esforçado atacante virou ídolo (!) e saiu do ostracismo, em 2011, ao marcar um gol decisivo contra o Brusque, que livrou a equipe do rebaixamento e a classificou para a Série D.


Otarionauense
Também temos outra figura irrelevante obcecada pelo Metrô.
E por profissionais da Imprensa blumenauense.
Não o conheço.
Não sei o que faz da vida.


Míope
Vira e mexe, para ganhar notoriedade, descarrega suas amarguras em alguém.
O problema é que, na sua insípida e rasa avaliação, só presta e é gente boa quem fala bem do time dele – ou desce a lenha no rival.
Criticar o seu Metrô não pode.
O cara não presta, é do contra, é agitador, é BEC…
Para ele, bom mesmo é jornalista parcial, clubista, que faz média com a torcida, que puxa saco de dirigente.


Exemplos.
O cara espinafrou o Alexandre Pereira porque ele “falou mal” do Metropolitano.
Resumidamente, Pereira disse na Rádio Massa, depois que o clube não conseguiu pagar a metade do alvará do Sesi (R$ 13 mil), que se se fosse para disputar a Série B sem dinheiro, sem condições de montar um grupo competitivo, era melhor nem jogar.
Na cegueira redundante desse cidadão, ninguém pode ter opinião própria.
Quem elogia seu time é parceiro.
Quem cutuca o concorrente é gente boa.


Santo
Foi o que fez o Rodrigo Vieira na Rádio Menina.
Não concordou com a liberação do espaço público na antiga Associação Artex para o BEC.
Se transformou no “único cara na Imprensa com coragem de falar sobre o assunto”.
Não duvido que se fosse possível indicaria meu colega de trabalho na NDTV para o Conclave do Vaticano.


Biruta
E se amanhã Rodrigo fizer uma critica ao Metropolitano?
E se Pereira esculachar o Blumenau?
Serão bajulados e ao mesmo tempo apedrejados.
Até porque o coitado não tem discernimento e não entende nada de jornalismo.


Néscio
Vejam abaixo o que o bronco escreveu.
Na sua mente bitolada e doentia, eu sou torcedor do BEC porque apareci na tradicional foto da resenha da patota em que participo, com integrantes (incluindo uma criança), da Torcida Organizada Elite Capivara.
Cujo um dos fundadores faz parte da nossa turma.
Como as camisas ficaram prontas, ontem (8) foi dia de entrega.
Quem comprou decidiu usar.


Comunicado
Lembro ao maldoso e amargurado torcedor que o primeiro encontro oficial da Elite Capivara (organizado e com todo mundo paramentado) para testar os instrumentos musicais, acontece neste sábado (10).


Clima
Semana que vem começa a venda antecipada dos ingressos para o clássico no http://www.ingressodevantagens.com.br.
Que será sábado, dia 31, às 15h.
Tretas, polêmicas, rivalidade, uma nova geração de torcedores surgindo, gente que nunca foi a um jogo de futebol contando as horas para ir ao Sesi.
A volta do futebol a Blumenau é um dos assuntos mais comentados da cidade.
Tem tudo para ser uma grande festa.


Prioridade
Mas os infortunados ainda insistem nesse discurso surrado.
“O Fulano é BEC”.
“O Beltrano é Metrô”.
Tá na hora de virar o disco.




Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de repórter/setorista na Rádio Unisul – CBN. Atualmente é apresentador, repórter, produtor e editor de esportes do Balanço Geral da NDTV Blumenau. Na mesma emissora filiada à TV Record, ainda exerce a função de comentarista, no Clube da Bola, programada exibido todos os sábados, das 13h30 às 15h.

