Editorial: Bolsonarismo desenha eleição

Sobre as eleições de 2026 em Brusque, ainda é cedo para dizer que as cartas estão postas à mesa. A expressão é extrema demais para definir um cenário com tanta antecedência. No entanto, uma coisa é fato: as manifestações contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), vem fazendo os políticos marcarem território.

Em Brasília, Moraes e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vivem um embate, que fica mais quente a cada dia. Bolsonaro foi colocado em prisão domiciliar na segunda-feira, 4, por ordem do ministro.

As reações às medidas recentes de Moraes geraram protestos bolsonaristas pelo Brasil e começaram a moldar a eleição por aqui. No domingo, 3, a praça Sesquicentenário foi palco de uma manifestação, organizada pelo Instituto Conservador de Brusque (ICB). Políticos de olho nas eleições de 2026 marcaram presença, dividindo o palanque no protesto, embora adversários nas urnas.

Entre eles, o vice-prefeito de Brusque, Deco Batisti (Republicanos), e o empresário João Martins (PSD), que são vistos como pré-candidatos a uma das vagas nos poderes Legislativo. Eles representam diferentes grupos de direita na cidade. Deco, de um lado, é o governista, visto como sucessor do prefeito André Vechi (PL). Do outro, João aparece como figura central da oposição.

Na Câmara de Vereadores, a discussão sobre o bolsonarismo também se mostra presente. Os assuntos federais vêm ganhando cada vez mais espaço no Legislativo municipal.

Em um contexto mais local, a semana do aniversário de Brusque também foi movimentada na política por um outro fator: a filiação do ex-prefeito Ari Vequi ao PL.

Discípulo do ex-governador Luiz Henrique da Silveira, Ari deixou o MDB após mais de três décadas no partido, e era um dos caciques emedebistas na região. Ele está inelegível, mas aos poucos retorna à cena política. A filiação ao PL é um claro sinal disso.

As alfinetadas entre Ari Vequi e André Vechi, xarás de sobrenome – apesar da mudança na grafia –, parecem ter ficado no passado. Agora, Ari se une ao grupo do prefeito de Brusque.

Ele crê que, ainda neste semestre, conseguirá reverter a inelegibilidade declarada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), referente ao processo que o afastou da prefeitura em maio de 2023, sob acusação de abuso de poder econômico.

O futuro de Ari é uma incógnita, mas não pode ser descartado como um nome cotado para concorrer em 2026. E por que não incluí-lo entre os possíveis candidatos a prefeito de Brusque no futuro? A movimentação de Ari é relevante na atual conjuntura política.

O bolsonarismo vem afetando, também, uma brusquense em Brasília. A senadora Ivete da Silveira (MDB-SC) foi alvo de uma pressão constante. A definição tardia sobre o voto da parlamentar em um eventual processo de impeachment de Moraes gerou críticas, tanto de políticos quanto de empresários de Brusque, que cobraram posicionamento.

Ao comunicar a decisão favorável ao impeachment na quarta-feira, 6, Ivete reclamou dos ataques que sofreu nos últimos dias em razão da indefinição.

O oficial substituto do Registro de Imóveis, Danilo Visconti, popular nas redes sociais, também busca seu espaço a partir das repercussões de Brasília. Ele tenta se aproximar de figuras relevantes da direita nacional e estadual, para marcar posição.

Enquanto a direita de Brusque se movimenta constantemente, a esquerda permanece estática, sem grandes alterações. Mas, o cenário é momentâneo. Podemos esperar também candidatos oriundos da Câmara de Vereadores.

Por enquanto, o bolsonarismo é responsável por começar a desenhar as eleições de 2026 em Brusque.

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