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Diego Correa assume o Renaux na reta final até o acesso histórico

Bastaram três jogos para Diego Correa escrever seu nome na história do centenário Clube Atlético Carlos Renaux, que subiu à Série A do Campeonato Catarinense neste sábado, 16, vencendo o Metropolitano por 2 a 1 no estádio Augusto Bauer.

Após a demissão de Luis Carlos Cruz, o treinador de 40 anos saltou do time Sub-17 direto para seu primeiro trabalho comandando um time profissional. A vitória por 2 a 0 sobre o Camboriú, fora de casa, garantiu o time brusquense nas semifinais. Na semifinal, um empate e uma vitória diante do Metropolitano levaram o Carrenô de volta à elite do futebol catarinense, que não via desde 1984.

“Tínhamos que passar tranquilidade aos jogadores. Quatro já tinham a experiência de um acesso [Eydison, João Paulo, Flaviano e Barcellos]. Era tirar um pouco o peso, sempre com pé no chão, tratar o Metropolitano como uma equipe melhor, favorita, de folha mais alta. Para trabalharmos leves”, afirma o treinador, agora sem cabelos. Foi o pagamento de uma promessa feita dias antes da semifinal. Ele esperava que os jogadores se esquecessem do prometido, mas não foi o caso.

“Tentamos trabalhar na bola aérea, um ponto fraco deles. Nossos dois gols foram o que trabalhamos durante a semana. E com o fator campo a bola fica mais rápida, a gente ainda molhou o gramado. Isso ajudou muito a gente aqui. Marcamos com pressão, conseguimos ficar com a posse de bola. O adversário acabou sentindo um pouco o cansaço e conseguimos os gols.”

Na visão do treinador, a conquista histórica precisa ser completada com um troféu. “Sou um treinador, um ser humano, com pés no chão. Acho que, para mim, as conquistas só vêm com pé no chão e humildade. É um feito, fico muito feliz de ter feito parte dessa história. Mas, para poder completar, honrar o nosso trabalho de verdade, só o título mesmo. Para daqui a 20, 30 anos, meu filho, os meninos da base olharem o quadro da história do clube.”

Recomeço no futebol

Diego Correa teve uma carreira de zagueiro abreviada por lesões. Começou na base do Jabaquara-SP, e com 16 anos foi morar longe da família, para jogar pelo Colatina-ES. Depois, foi campeão paranaense em 2007 pelo Paranavaí, acumulando passagens por clubes como Caxias, Paraná, Marcílio Dias, Aparecidense, entre outros.

Pouco após o fim da carreira de jogador, Correa recebeu proposta de Fábio Simplício, ex-jogador do São Paulo, para trabalhar como olheiro, captando talentos. Enquanto estudava para se tornar treinador, esteve perto de tomar outro rumo. Tendo parentes em Santa Catarina, mudou-se para Itajaí, buscando uma qualidade de vida para a família melhor do que a que tinha na Grande São Paulo. Abriu um restaurante de sushi com a esposa, e se estabelecia fora do futebol.

“Levei meu filho na escolinha de futebol, e foi ali que começou minha carreira como treinador. Estava no Almirante Barroso, e encontrei o Schwenck [técnico, ex-atacante] e o Laurinei [ex-goleiro]. Eles perguntaram o que eu tava fazendo, eu disse que só tinha trazido meu filho”, conta.

Após resistir, o convite foi aceito. Diego Correa voltou ao futebol, trabalhando nas categorias de base. Seu principal trabalho até chegar ao Renaux foi como assistente de Schwenck na base do Marcílio Dias, formando jogadores ao longo de quatro anos.

Precisando de um novo desafio, o treinador ainda teve uma passagem-relâmpago na base do Brusque. Mas foi no Carlos Renaux, em março, que encontrou um clube com as condições mais próximas do ideal para trabalhar com a base.

Carlos Renaux, do Sub-17 ao profissional

Mesmo como técnico do time Sub-17, Diego Correa fez trabalhos integrados com o então treinador do profissional, Luis Carlos Cruz, e com o técnico do Sub-21, Agenor Cipriano. Já conhecia o elenco e estudava os adversários ao longo da Série B do Catarinense, tentando oferecer suporte ao treinador.

Cruz foi demitido logo após o empate sem gols com o Nação, no Augusto Bauer, em 19 de julho, pela penúltima rodada da primeira fase. No dia seguinte, foi confirmado o substituto: o técnico do Sub-17, Diego Correa.

Foi necessário reforçar a parte motivacional dos atletas, surpresos com a mudança. O volante e capitão Henik, homem de confiança de Luis Carlos Cruz, já vivia problemas pessoais e a demissão do treinador foi o estopim para sua saída.

“Fiquei muito triste com a saída dele, porque trabalhamos muito próximos. Respeito muito o Cruz pela história que ele tem no futebol. O que fiz foi passar confiança, fazer eles acreditarem. Não tem como ter sucesso, vitória, sem todos correrem e darem tudo.”

“Não esperava que a oportunidade viesse desta forma, mas quando veio, eu estava preparado. Era um grupo que eu já conhecia, com o qual eu já convivia, indicando alguns jogadores que o Cruz entendia que tinham capacidade.”

Correa e o preparador físico Pedro Delfizo | Foto: Gleison Ferraz/Agência Mais Impacto

Confiança e concentração

Entre ajustes sutis, Diego Correa recorreu a regimes de concentração prolongados antes das partidas e manteve a competitividade dentro do elenco, em atividades como os treinamentos de pênaltis. As concentrações em hotel, em sua visão, uniram ainda mais o elenco em torno do objetivo.

“Querendo ou não, eu peguei o grupo desmotivado com a saída dele, ele tinha trazido vários jogadores. A mudança sempre traz desconfiança. Mas deixamos claro que eles eram capazes e que não íamos deixar de fazer nosso trabalho.”

“Eles se abraçaram de verdade. Eu falei que era o momento de a gente coroar tudo que eles fizeram. Desde o trabalho do gerente de futebol, da diretoria, do presidente, dos familiares. Era hora de virar uma família só.”

Diego Correa Carlos Renaux
Foto: Gleison Ferraz/Agência Mais Impacto

O treinador relata que incentiva os jogadores aos estudos e que se esforça para ter uma relação franca, não só entre jogador e treinador, mas também no extracampo. Quer que seu trabalho no Carlos Renaux não seja lembrado apenas por resultados, mas pelo trato humano e pela presença à disposição dos jovens.

“A maioria dos meninos me chama até de paizão, apesar da idade. Olho no olho, chamo, explico, converso. A distância da família pode atrapalhar, ou a estrutura familiar. Eu tenho uma família muito simples, tinha que trabalhar para pagar escolinha. Contei um pouco da minha história de vida e eles vão abraçando, vão acreditando no que a gente faz”, relata.

Luta pelo título

O Carlos Renaux não disputa uma final de competição estadual desde o Catarinense de 1958, perdida para o Hercílio Luz. Agora, tem a chance de conquistar o título da Série B do Campeonato Catarinense, que seria o primeiro troféu do clube no futebol do estado desde 1953. Será necessário passar pelo Camboriú, em jogos com data e horário a serem definidos.

Os jogadores receberam folga após a conquista do acesso e voltam aos treinamentos na quarta-feira, 20, com concentrações desde a antevéspera das partidas.

“Agora é o trabalho agora na semana, estudar o adversário. Ambiente bom é com vitória. O primeiro objetivo foi alcançado, só que para coroar o trabalho com chave de ouro, é o título, é o que vai marcar na carreira deles. Profissionalmente, em todos os sentidos. Não tem como tirar o pé, até pelo respeito à grande equipe do Camboriú.”

Diego Correa Carlos Renaux
O filho Arthur é o xodó do treinador | Foto: Gleison Ferraz/Agência Mais Impacto

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