A defesa de Aurileide Ferreira, moradora de Blumenau que teve seu cadastro no Sistema Único de Saúde (SUS) invadido e adulterado no começo de 2024, está cobrando a continuidade das investigações federais sobre o caso. Na época, no sistema, o pai dela foi registrada como “morto pelo PT” e o nome da rua em que morava foi mudado para “Eu amo Bolsonaro”.
Nesta quinta-feira, 21, o advogado Telêmaco Marrace, que representa a vítima, manifestou “espanto” com a decisão da Justiça Federal de Caruaru (PE), que determinou o arquivamento do inquérito policial. Ele classifica a medida como “prematura e precipitada”, ressaltando que a falha expõe a segurança de dados de milhões de brasileiros e pode encorajar novos crimes.
O caso ganhou novos desdobramentos após o surgimento de outra vítima. Zulamar Torres Mates, moradora de Pomerode, também teve seu registro adulterado como “morta pelo PT”. Para a defesa, isso reforça a tese de que se trata de um problema de escala nacional, e não restrito a municípios específicos.
Segundo Marrace, há “bases sólidas” para que as vítimas solicitem indenização, uma vez que os ataques estão relacionados a falhas de segurança em nível federal e não à gestão municipal de saúde.
“O arquivamento neste momento é, no mínimo, precipitado e pode encorajar novos crimes. Com toda a tecnologia disponível hoje, é perfeitamente possível identificar os supostos hackers e a origem desses ataques”, afirmou o advogado em nota.
“Morto pelo PT” e “Eu amo Bolsonaro”
Em abril de 2024, a moradora de Blumenau descobriu que há uma série de alterações de cunho aparentemente político em seus dados do Sistema Nacional de Regulação (Sisreg), ferramenta usada pelo Ministério da Saúde para controlar informações de todos os pacientes do Brasil.
Ela constava como morta neste sistema desde o dia 2 de novembro de 2022. A paciente descobriu isso após ir até o Centro de Atendimento da Dengue, em Blumenau, na Furb. Em uma das situações mais graves, o nome de seu pai foi alterado para “Morto pelo PT”. O pai da paciente faleceu no Rio Grande do Norte em 2017.

Houve outros dados alterados dentro do Sisreg, como, por exemplo, o nome da sua rua que foi mudado para “Eu amo Bolsonaro”.

De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde de Blumenau, estas alterações foram realizadas fora do estado de Santa Catarina. Após consultas ao sistema, as alterações foram detectadas como sendo em Pernambuco e também em Minas Gerais.
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