A última semana foi de decisões sobre juros no Brasil, Estados Unidos e novidades tarifárias anunciadas pelo presidente americano Donald Trump, que trouxeram mais esperanças no cenário internacional. Apesar disso, alguns setores mais globalizados começam a sentir efeitos de retração.
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Nos EUA, o Federal Reserve manteve a taxa básica de juros no intervalo de 4,25% a 4,50% devido a incertezas, mas o presidente Donald Trump anunciou acordo tarifário com o Reino Unido e disse que outros virão.
No Brasil, a taxa básica de juros foi elevada para 14,75%, para conter a inflação que segue numa média de 5,5% ao ano, pressionada principalmente por alimentos. Mas o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deixou em aberto, admitindo que a taxa pode não subir na próxima reunião.
Os setores mais internacionalizados da economia de SC já sentem alguns efeitos das tarifas de Trump. O setor têxtil de cama, mesa e banho, por exemplo, está sendo mais sondado por importadores dos EUA. O setor de aço reclama da entrada do produto chinês e cobra medidas do governo brasileiro para sobreviver. Alega que no primeiro trimestre, as importações desse segmento subiram quase 60%. Em SC, no primeiro quadrimestre, as importações de ligas de aço subiram 176% frente ao mesmo período de 2024.
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Na balança comercial catarinense, outros dados chamam a atenção. Em abril, as exportações subiram 6,6% frente ao mesmo mês do ano passado e as importações recuaram -9,3%. No primeiro quadrimestre, as exportações de carne suína subiram 17% frente ao mesmo período de 2024 e as de frango tiveram alta de 13%.
Enquanto isso, produtos vendidos mais aos EUA, como motores a pistão e geradores elétricos, recuaram -14% e -19%, respectivamente. Isso sinaliza que alguns setores industriais de SC estão reduzindo o ritmo de produção em função das tarifas americanas.
Mas, no mercado interno, as vendas industriais seguem em alta, puxadas pelo crescimento do consumo interno, apesar dos juros elevados.
Analistas de contas públicas estão vendo dificuldades porque enquanto o Banco Central se esforça para levar a inflação para a meta no fim de 2026, o governo segue com gastos elevados para manter sua popularidade alta de olho na eleição presidencial no próximo ano. Então, por enquanto, o mercado interno deve seguir como motor impulsionador da economia.
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