Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que Brusque é a cidade com menos árvores em vias urbanas em todo o país. Os dados consideram o Censo de 2022 e indicam que apenas 22,2% das ruas brusquenses são arborizadas e 77% dos domicílios da cidade não têm árvores ao redor.
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A média percentual no Brasil é de que 66% das vias públicas sejam arborizadas, com uma ou mais árvores. Porém, Santa Catarina ficou abaixo, com 41%, sendo o segundo estado com o menor percentual de arborização — o primeiro é o Sergipe, com 38,6%.
Nas vias públicas catarinenses, 58,8% não têm arborização. Outras 15,8% têm de uma a duas árvores, 8,3% têm de duas a quatro árvores, e 16,9% dos trechos têm cinco ou mais árvores.
O IBGE considera ruas e avenidas com árvores de altura mínima de 1,7 metro. Foram analisados 63.104.296 domicílios (69,5% do total) em setores urbanos ou rurais com características urbanas. Ao todo, no país, foram consideradas as áreas onde moram 174 milhões de brasileiros, o que é equivalente a cerca de 86% da população. As condições de infraestrutura urbana, como iluminação, arborização, pavimentação, transporte, calçadas, acessibilidade e sinalização também foram levadas em conta.
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As cidades mais arborizadas do Brasil
- Birigui (SP): 98,4%
- Sertãozinho (SP): 97,5%
- São José do Rio Preto (SP): 97,3%
- Maringá (PR): 97,2%
- Dourados (MS): 97,1%
As cidades menos arborizadas são:
- Brusque (SC): 22,2%
- Barbacena (MG): 23,1%
- Tubarão e Laguna (SC): 24,9%
- Alagoinhas (BA): 27,1%
- São Bento do Sul e Rio Negrinho (SC): 31,6%
Confira algumas imagens de Brusque
Muito além de estética
André Luís de Gasper é doutor em Biologia Vegetal e diretor regional sul da Sociedade Botânica do Brasil (SBB) e, em entrevista ao Jornal do Almoço, afirma que um dos motivos para o percentual ser baixo em Brusque é a concretagem das margens do rio. Porém, um plano de arborização precisaria de tempo até ser implementado.
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— As cidades, quando estão desenhando sua reurbanização e a construção de novas vias, elas precisam preparar a via e as calçadas para as árvores. Então, é importante uma seleção de árvores adequadas, que caibam naquele espaço, que não vão danificar a calçada, que é algo que também impede depois a mobilidade urbana. A gente também tem que pensar nesse sentido, mas tem que pensar que os benefícios que a vegetação arbórea vai trazer para a cidade — explica.
O biólogo elabora que a presença de árvores no meio urbano é benéfico para os moradores em diversos sentidos. As árvores, além de auxiliar durante o verão com a sombra, também reduzem o ruído e as poluições sonora e atmosférica.
— Uma Brusque cinzenta, sem verde, sem o colorido dos ipês, é uma cidade em que as pessoas não se sentem tão felizes. Os estudos mostram novamente que, quando estamos em contato com o verde, a gente tem um melhor bem-estar social — reitera André.
O superintendente da Fundação Municipal do Meio Ambiente de Brusque, Cristiano Olinger, afirma que o município trabalha em uma comissão de técnicos para fazer um termo de referência e a contratação de uma empresa para fazer o plano municipal de arborização. A previsão de implementação é a partir do segundo semestre de 2026.
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— Isso vai ajudar tanto a questão do microclima, que a cidade expõe com uma questão da permeabilização. Hoje a gente tem essa questão do efeito estufa e aquecimento global, então, criar espaços mais permeáveis vai conseguir melhorar o ambiente das cidades — afirma.
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