Após seu primeiro jogo à beira do gramado sintético do Augusto Bauer, o técnico Bernardo Franco afirma que é necessário adaptar o Brusque ao campo, mesmo que sejam necessárias mudanças táticas e de escalação. O empate sem gols com o Itabaiana nesta segunda-feira, 4, é acumulado a outras três partidas consecutivas sem vitórias do quadricolor em casa.
Desde que chegou ao Brusque, Bernardo Franco venceu Maringá e Botafogo-PB fora de casa, mas, como mandante, perdeu para o Retrô (quando cumpriu suspensão) e empatou com o Itabaiana, equipes que lutam contra o rebaixamento.
O mau desempenho do Brusque no Augusto Bauer gera dúvidas sobre a capacidade da equipe no gramado sintético do estádio. Das 20 partidas no Augusto Bauer pós-reforma (a partir de outubro), o quadricolor tem oito vitórias, cinco empates e sete derrotas, com aproveitamento de 48,33%. Marcou apenas 16 gols e sofreu apenas 14.
“É uma questão ainda que a gente tem trabalhado muito, para se adaptar ao campo. (…) A gente tem tentado alternativas para poder se adaptar mais ao campo. E em relação ao jogo que preparamos, é um jogo que a gente sabia que ia ter mais posse de bola. Sabíamos que o adversário viria com essa postura mais defensiva, levaria o jogo mais para os duelos, viria deixar menos tempo de bola rolando”, afirma o treinador.
Com apenas dois jogos no Augusto Bauer desde que chegou com o assistente Marcos Skavinski, Bernardo Franco tenta entender o que acontece e cogita mudar a forma de jogar e de escalar a equipe. O treinador reconhece o problema de desempenho, mas evita colocar o gramado como único motivo.
“Ele [gramado] não favorece tanto a equipe que precisa jogar, propor o jogo. Então, a gente precisa se adaptar, não adianta a gente aqui ficar reclamando do gramado. A gente precisa se adaptar. Temos tentado treinar mais vezes aqui, vamos fazer isso, e a gente precisa encontrar alternativas. Nem que seja uma mudança também de sistema tático, de características de atleta, para que a gente possa fazer o jogo aqui acontecer a nosso favor.”
O jogo
“Não sofremos em relação à equipe do Itabaiana. Conseguimos controlar todas as situações de perigo, mas não conseguimos traduzir nossa posse de bola em situações que a gente gostaria, de volume ofensivo, e poder abrir o placar para sair daqui com uma vitória.”
Logo antes da partida, o lateral-direito Mateus Pivô foi cortado, sentindo desconforto. O clube ainda não especificou sua lesão. No lugar do lateral ofensivo, entrou Thiago Freitas, zagueiro que pode atuar na lateral.
Quando Thiago Freitas saiu com dores no segundo tempo, Éverton Alemão assumiu a posição. Caio Gomes, que também joga como lateral-direito, está lesionado. O lateral-esquerdo Ítalo não foi relacionado por opção do treinador.
“Tivemos a infelicidade de não poder contar com o Mateus Pivô. Isso muda bastante nossa dinâmica de jogo pelo lado direito. Tivemos que optar pelo Thiago [Freitas], que é um zagueiro lateral. Então, ele tem uma característica mais defensiva.”
“Isso também acabou limitando a fluidez do lado direito da nossa equipe dentro do jogo. Tentamos ali corrigir isso no intervalo com a entrada do Adrianinho para nos dar mais profundidade. Acho que ele até fez muito bem o seu papel”, afirma Bernardo Franco. Adrianinho entrou no lugar de Alex Paulino no intervalo, atuando como ponta.
Bernardo Franco ainda fez críticas à arbitragem na administração do que julgou ser tentativas antijogo do Itabaiana.
“Foi muito permissiva com o antijogo, com a bola não rolando. Acho que ele [árbitro] poderia ou ter acrescido mais [minutos] ter, rapidamente, feito a bola entrar em jogo (…). Acho que ele não teve o mesmo critério em alguns momentos e isso foi picotando o jogo. Para quem quer buscar o resultado, isso é ruim. Então, favorece aquela equipe que vem para se defender e jogar por uma bola. E foi o que o Itabaiana fez, né?”
Trabalho
Bernardo Franco reafirma que está satisfeito com o trabalho desenvolvido até aqui com os jogadores, conseguindo manter o Brusque no G-8. O quadricolor ocupa a sexta posição, com 22 pontos.
“Nós chegamos, o clube tava fora da zona de classificação. Com a nossa chegada, a gente conseguiu entrar nessa zona e não saímos até então. Então, esse é o principal objetivo nosso no primeiro momento. Continuar na zona de classificação. E a gente tem que ser uma equipe que tem argumento para jogar o jogo.”
“Eu estou muito satisfeito com aquilo que os jogadores têm apresentado no nosso dia a dia de trabalho. É óbvio que eu não estou satisfeito com o resultado de hoje. Gostaria de entregar uma vitória num dia tão importante para a cidade. Uma linda vitória para que a gente pudesse realmente criar essa conexão ainda mais forte. Mas volto a frisar que precisamos do nosso torcedor.”
Sequência
O Brusque visita o Anápolis, com apito inicial às 16h30 deste domingo, 10. Depois, tem Londrina em casa, Caxias fora e CSA em casa, encerrando a primeira fase da Série C.
“São quatro jogos agora, dois em casa, e dois fora. Depende só de nós. No que depender só de nós, acho que o grupo já mostrou a força que tem, tanto jogando dentro como fora. E eu acredito que a gente vai conseguir fazer essa virada de chave na hora certa.”
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