O prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), concedeu entrevista nesta terça-feira (11) ao Jornal do Almoço da NSC TV sobre os dois primeiros meses do segundo mandato. Entre os assuntos em pauta estão as mudanças na mobilidade urbana, licitação do transporte coletivo, abordagem a pessoas em situação de rua, projetos de lazer, entre outros. Confira a conversa e como o chefe do Executivo avalia o segundo mandato à frente da maior cidade de Santa Catarina.
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Confira a entrevista
Como você avalia o início do segundo mandato nesses primeiros dois meses?
Os primeiros quatro anos de governo foram de “arrumação de casa”, criar projetos executivos e início de grandes obras. Agora, indo para os 100 primeiros dias de governo, a mesma coisa está acontecendo. Várias obras dando início, várias obras sendo inauguradas, já sendo entregues. Estamos muito contentes com os resultados e bastante otimistas com os próximos quatro anos que vêm.
Veja fotos do prefeito Adriano Silva
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Sobre o binário da Procópio Gomes com a Rua Urussanga, uma das mudanças viárias mais importantes ou de maior tamanho nas últimas décadas. Qual avaliação você faz dessa mudança que já está valendo nas últimas semanas?
De fato, nós estamos investindo muito na mobilidade urbana. A mobilidade sempre foi uma dor do joinvilense e há muitos anos não haviam grandes investimentos em infraestrutura. Não somente a mudança de trânsito como a gente teve na Urussanga e Procópio Gomes, que, aliás, eu tenho acompanhado os comentários em redes sociais das pessoas que tem usado e a grande maioria acaba elogiando, mostrando que realmente reduziram o seu tempo de vir para o centro, de ir e voltar para casa. Esse é sempre o nosso objetivo, mudar e melhorar a velocidade com que as pessoas possam chegar no trabalho e voltar para casa. E também pontes. Também outras obras, como a duplicação da Ottokar Doerffel que já iniciou. A terceira etapa deve ser executada neste ano, que vai facilitar ainda mais. A duplicação da Santos Dumont que estamos na fase final de análise do edital da duplicação, que vai da João Colin até o Garten Shopping. A grande dificuldade ali era a desapropriação. Conseguimos passar por esse processo e, agora, o projeto executivo nós temos, o dinheiro para executar a obra nós temos. Então estamos na fase final para, quem sabe, fazer essa obra nos próximos anos. É a fase final agora do edital, de licitação, que é onde a gente está avaliando tudo para daí fazer a licitação. Então, nos próximos dias, a gente imagina já ter a publicação do edital para iniciar o processo licitatório.
E o binário da Monsenhor Gercino com a Florianópolis?
O binário nós estamos fazendo, agora, após aquela avaliação da Câmara de Vereadores, que foi feita toda avaliação, estamos agora fazendo o orçamento para a execução da obra. Tem algumas áreas que nós vamos ter que requalificar a rua inteira, outras a gente consegue fazer ajustes, outras nós vamos ter que fazer as calçadas como um todo. Então, nós estamos ainda em fase de projeto executivo para a gente também implementar esse binário. Eu digo que esse binário não é um binário tão fácil de entender. A Urussanga e a Procópio Gomes são ruas paralelas e que realmente facilita a vida de todo mundo. Mas na zona Sul, como foi uma área não planejada de urbanização, nós não temos ruas paralelas para fazer binários tão lógicos quanto esse.
Ainda sobre mobilidade, chegamos ao transporte coletivo. Durante a campanha eleitoral, você falou muito sobre a licitação para o transporte coletivo de Joinville. Como está esse processo? Ele continua em andamento? A gente pode ter no horizonte um prazo para quando essa licitação vai ser lançada?
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Nos próximos dias nós vamos enviar ao Tribunal de Contas o material. Para as pessoas entenderem, nós temos que fazer todo o edital da licitação, lembrando que a licitação para o transporte público em Joinville nunca existiu. Nós tivemos que montar do zero todo esse processo e é uma responsabilidade muito grande daquilo que a gente põe no papel. É melhor a gente fazer com muita calma para que a gente faça uma boa licitação. Depois do Tribunal de Contas estamos liberados para fazer a licitação da nova concessão. Essa nova concessão está prevendo ônibus novos, todos com ar-condicionado, com Wi-Fi, geolocalização, porque aí nós passamos a ter o controle do fluxo. Carros extras, por exemplo, para, no momento que o carro estiver cheio de passageiros, imediatamente a central de operações já mandar um outro carro para a mesma linha para ter mais conforto para os passageiros. Câmeras dentro dos ônibus, tanto na entrada quanto dentro para a segurança dos passageiros. Então, de fato, é uma melhora muito grande no sistema e no serviço para o joinvilense.
O prefeito tinha o desejo de lançar esse edital ainda no final do primeiro mandato. O que houve?
Nós tivemos que fazer uma análise muito grande, principalmente da parte de orçamento, porque, afinal, aquilo que a gente colocar no edital, será custo tanto para a prefeitura ou para o munícipe. Hoje, a cada passagem vendida, a prefeitura põe R$ 1,35 do dinheiro dos nossos impostos ali, para nós mantermos uma tarifa que entendemos ser possível o joinvilense ainda pagar. Até porque, se jogássemos 100% da tarifa para o joinvilense, hoje seria mais de R$ 7 que teria que ser pago. Então, a prefeitura já faz esse subsídio. Nós temos que fazer esse controle orçamentário também. Vamos exigir um novo sistema, melhorias, mas também não podemos, daqui a pouco, aparecer com uma passagem custando muito caro ou fazendo com que a prefeitura tenha que tirar muito dinheiro dessa diferença e faltar recursos em outras secretarias. Por isso que nós estamos sendo muito cautelosos quanto aos estudos, para que a gente possa ter um sistema melhor, mas sem onerar o joinvilense ou onerar a prefeitura.
Um tema que vem ganhando bastante força desde o ano passado é o das pessoas em situação de rua. Recentemente, a Câmara aprovou a criação de uma comissão especial para analisar os serviços que são oferecidos a essas pessoas em Joinville. Como é que você tem avaliado essa questão e o que pode ser feito em relação a esse tema?
Eu tenho me envolvido pessoalmente nesse tema, que é extremamente complexo. O mundo todo hoje sofre com isso. Aqui em Joinville nós podemos afirmar que uma pessoa que está na rua e que precisa de ajuda, imediatamente, a gente consegue trazer à ela a ajuda. Nós temos a abordagem social 24 horas, que dá condições para o joinvilense, que vê alguém precisando de ajuda, ao invés de dar esmola ou um alimento, ligar para a abordagem social, que eles vão até o local e oferecem ajuda. O segundo caso são as pessoas que têm problemas com drogas e álcool. Aqui é um problema um pouco mais complexo, mas que também conseguimos convencê-los a aderirem ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Também fazemos internações involuntárias quando entendemos que é a última solução para aquela pessoa, que ela está colocando em risco a vida dela e de outras pessoas. O último fato são aquelas pessoas que estão na rua para roubar, para manter o seu vício, essas são o maior problema. Em conversa com o Ministério Público e juízes, eles mostraram que hoje não conseguem manter essas pessoas presas por furto, porque a lei federal não prevê prisão preventiva para furto. Eles ficam soltos respondendo em liberdade.
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É um sofrimento para todos os prefeitos, porque a segurança pública é de responsabilidade do Estado. A polícia prende e a justiça solta. Então, eu e o prefeito Topázio Neto (PSD), de Florianópolis, estamos liderando esse trabalho com os prefeitos de Santa Catarina. O governador Jorginho Mello (PL) se mostrou sensível. Já foi definido que vamos fazer um cadastro único no estado de Santa Catarina, para entendermos também as movimentações dessas pessoas, porque, é fato, hoje nós recebemos a grande maioria de fora de Joinville. De onde estão vindo, por que vieram para cá e quem mandou para cá? Isso tem que ser analisado também, para que a gente tenha uma política conjunta, pelo menos no estado de Santa Catarina.
A partir do trabalho que está sendo feito na Câmara de Vereadores de Joinville, é possível que as políticas de atendimento sejam revistas ou você acredita que, neste momento, o que está sendo colocado em prática é o que precisa ser feito?
Eu quero elogiar a Câmara de Vereadores porque esse é um trabalho que efetivamente vai trazer grandes resultados. Nós somos referência hoje, no Estado, para muitas cidades, daquilo que a gente vem fazendo. O grupo estratégico que a gente movimenta desde novembro, e o Grupo de Ação de Ordem Pública (GAOP) de Joinville já fizeram mais de 10 ações no município. Os vereadores estão acompanhando esse trabalho, e é claro, estão sugerindo mudanças, estão sugerindo melhorias, o que é perfeito. A gente está aqui justamente para melhorar uma política que até então, para muitos municípios, é completamente novidade. Se hoje já somos referência, com essa análise que os vereadores estão fazendo, ainda vamos poder melhorar.
A iluminação pública teve um leilão, no mês passado, da primeira PPP de Joinville. Quando o contrato vai ser executado?
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A PPP é um processo muito interessante, onde a gente traz uma empresa privada para fazer as melhorias na iluminação pública em Joinville. Agora está em fase de análise de toda a documentação deles para a gente assinar o contrato. Nos próximos 30 dias deve acontecer a assinatura de contrato e aí depois eles têm seis meses para se prepararem para iniciar o trabalho. Depois disso, a gente passa a cobrar a efetividade do trabalho deles. Hoje nós estamos fazendo a manutenção, a lâmpada queimou e a gente vai lá e troca. Essa empresa que vai entrar, vai colocar uma nova tecnologia para melhorar e trazer mais segurança para o joinvilense.
Nos últimos dois anos, na ouvidoria, um dos temas predominantes foi a queixa em relação à demora na troca de lâmpada. Essa questão será resolvida?
Diminui, com certeza. Hoje nós temos que licitar para termos empresas que fazem serviço de manutenção. A licitação não dá condições de escolher o melhor fornecedor. Ganha aquele fornecedor que veio e fez a proposta. Já tivemos épocas que não tivemos problema algum, porque o fornecedor vinha fazendo um excelente trabalho, e já tivemos épocas, que mudou o fornecedor, e tivemos problemas. Agora, o atual fornecedor colocou mais equipes para diminuir as reclamações e a gente ter mais velocidade. Com isso, a empresa do novo consórcio vai ser fiscalizada e como ela é responsável por tudo isso, também vai querer colocar uma iluminação que queime menos, porque para ela é vantagem queimar menos. Hoje a empresa atual ganha por manutenção.
Recentemente, a prefeitura de Joinville anunciou uma parceria público-privada para a construção de 27 unidades de ensino. Por que trabalhar com a iniciativa privada?
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Porque a cidade cresce e cresce rápido. Em quatro anos tivemos 5 mil novos alunos na rede municipal, o que corresponde a 10 escolas novas que têm que ser construídas. Quando a gente constrói pelo poder público, a gente perde tempo. Quando a gente faz uma parceria público-privada, eles constroem e a gente entra com a nossa equipe da educação. Se uma lâmpada queimar, se a parede estiver suja, é o privado que vai lá e vai fazer a manutenção. São Paulo já faz isso e conseguiu resolver o problema de infraestrutura.
Você pretende concluir a obra do Rio Mathias? O que dá para ser feito em relação aos alagamentos na área central de Joinville?
O que for definido pela Justiça nós vamos fazer. Se for definido que a obra tem que ser terminada, a gente vai terminar. Se definir que não há necessidade de terminar e que ela tem hoje o fluxo, também vai ficar. Hoje essa decisão ainda não está com a prefeitura. A fase final de análise está acontecendo, existe um processo judicial, que nós colocamos equipamentos para fazer vídeo inspeção dentro para entender que áreas estão bem feitas, que áreas precisariam de um retrabalho. Um ponto que a gente também está analisando é a dragagem do Rio Cachoeira. Já iniciamos o pleito para fazer os estudos e pedir as licenças para poder aumentar a profundidade do Rio Cachoeira, que hoje estima-se ali que tem quase dois metros de assoreamento. Também temos um projeto executivo acontecendo onde era o prédio verde, para tirar aquela curva que existe.
Há três projetos prometidos desde o começo do ano. O Porto Cachoeira, o novo ginásio e o novo teatro. O que a gente pode esperar desses três para os próximos meses?
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Eu vou incluir um quarto, que já está em obras, que é o Palácio das Orquídeas. O Palácio das Orquídeas é um equipamento que vem com esse mesmo viés: criar um ambiente para o joinvilense e um ambiente turístico de negócios. São quase 200 mil metros quadrados de área verde para as pessoas caminharem, curtirem, fazerem piquenique. Vai ser uma região que o joinvilense vai ter um bom parque. O outro é o Porto Cachoeira. A gente sente falta de um parque central. De fato, nunca foi deixado um ambiente plano para fazer um parque central. Vamos transformar o entorno do Cachoeira em um grande parque linear. Essa transformação as pessoas vão sentir com a fase dois. A fase um já está acontecendo no Mercado Municipal, mas a fase dois, que é em frente à Câmara de Vereadores, vai ter gramado, com quadras para esporte, com pista de corrida, pista de caminhada e com aquelas árvores que fazem o sombreamento, para início em 2026. O ginásio estamos discutindo uma PPP porque existem empresas interessadas, o que é muito interessante, porque ele já nasce em uma concessão privada. O ginásio está muito bonito, o terreno foi comprado da Univille, justamente pela mobilidade fácil a esse terreno. E o teatro, já fizemos o decreto de utilidade pública da compra dos terrenos do Cine Palácio, e a ideia é manter o prédio original, na frente, mas o corpo do teatro fazer um moderno, novo e que atende 1,2 mil espectadores. O Porto Cachoeira é certeza que a gente vai executar nos próximos quatro anos. O teatro e o ginásio eu pretendo deixar eles em obras.
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