A descoberta da gravidez aos 46 anos foi um susto.
Rosely Drager já estava na menopausa – momento em que a ovulação é teoricamente interrompida – quando soube que ia ser mãe pela terceira vez.
Passado o choque inicial, Rose, agora com quase 18 semanas de gestação, já sente aquele amor que a gente nem consegue explicar direito, parece que ainda não inventaram palavras para defini-lo. Amor de mãe. De gerar vida no próprio corpo.
Mas o romantismo entorno de toda mãe costuma tirar de foco o contexto de angústias e de incertezas que muitas mulheres passam, principalmente quando dois fatores estão envolvidos: o abandono do pai da criança e a falta de condições financeiras.
Rose está sozinha na gravidez e luta para sobreviver. Ela é diarista e como a gestação é de risco (ela possui diabetes gestacional) precisou parar de trabalhar. As reservas que tinha gastou com a casa em que mora, no bairro Pomeranos, antes de saber que estava grávida.
Rose cuidou da mãe que morreu de câncer há cinco anos.
Ela repetia todos os dias: trabalha e constrói a sua casa”, conta.
E foi assim que ela fez. Trabalhando como costureira, diarista e até servente de pedreiro foi comprando o material e erguendo a casa.
Hoje, só a sala e a cozinha possuem piso. O restante está no cimento cru. Rose já conseguiu comprar o piso, mas ainda não tem dinheiro para pagar a mão de obra.
É o que mais me preocupa neste momento porque, sem piso, o cimento solta muito pó. Espalho tapetes pela casa e passo sempre o aspirador. Minha filha de 16 anos já está com problema respiratório e me preocupa a saúde do meu bebê”.
Sem poder fazer faxinas, Rose voltou à máquina de costura como forma de adquirir alguma renda.
Ela produzia peças para pet shop e tem em casa itens a pronta entrega como caminhas, arranhador para gatos e cobertas.
Rose também conta com a solidariedade. Um primo está organizando um chá revelação junto com chá colonial, que acontecerá em junho e terá ingressos vendidos para ajudar esta mãe que ainda não tem nenhum item do enxoval.
Com todas as dificuldades, Rose não perde o sorriso. É daquelas pessoas que, apesar de todos os problemas, são gratas pela vida, agarradas à uma fé inexplicável de que tudo sempre vai dar certo.
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Para ela e para todas as mães que enfrentam as dificuldades com coragem e força, fica aqui nosso desejo de um feliz Dia das Mães.
** O telefone de Rose para quem quiser adquirir algum item ou comprar o ingresso do chá colonial é o (47) 992782489.
Veja abaixo a reportagem gravada na casa de Rose.
