O que é slow travel e como ela pode transformar sua viagem

Slow travel prioriza calma e contato com a natureza – Foto: iStock/Divulgação

Slow travel é um estilo/filosofia de viagem que vem ganhando adeptos ao redor do mundo. Na contramão do turismo tradicional com roteiros que tentam encaixar em poucos dias a maior quantidade de atrações e pontos turísticos possíveis, uma slow travel privilegia a calma, a imersão no destino, o contato com a natureza e com as pessoas.

Com roteiros mais flexíveis, maior tempo em um único lugar e espaços para descanso, esse tipo de viagem é uma excelente alternativa para quem se sente cansado só de pensar na quantidade de deslocamentos, atrações para visitar, check-ins e check-outs para fazer.

Aliada ao turismo sustentável e ao turismo de experiência, a slow travel lhe convida a viver os lugares, e não apenas a passar por eles, e experimentar o que está além dos cartões-postais. Um convite a se liberar de um ritmo de vida frenético, hiperconectado e ansioso que também contaminou as viagens de lazer.

Confira quais são os benefícios de uma slow travel e como fazer uma viagem dessa na prática.

O que é slow travel?

Em tradução literal, slow travel significa viagem lenta e se refere tanto a um estilo de viagem quanto a uma mentalidade do viajante. O foco está no tempo de qualidade, para ter conexões significativas com o ambiente e as pessoas do destino, desfrutar das experiências sem pressa e ainda poder descansar.

Fazer uma slow travel implica em permanecer mais tempo em um mesmo lugar, interagir com a comunidade e a cultural local, adotar um roteiro mais flexível, privilegiar experiências autênticas e de aprendizado, focar no aqui e agora e se desprender do uso de tecnologias.

Refeições sem pressa, conversas despretensiosas, caminhadas demoradas, contato com a natureza e até dias de “não fazer nada” têm seu espaço em uma viagem lenta. Quem viaja dessa forma está muito mais atento a saborear as cores, os cheiros e o ritmo de vida do local do que dar “check” na lista de pontos turísticos a se conhecer.

Além de vários benefícios para o viajante, uma slow travel também é mais sustentável, à medida que diminui a quantidade de deslocamentos e fortalece a economia local.

6 benefícios da slow travel

mulher sentada de costas num píer de frente para uma imensa lagoa azulQuem curte slow travel está muito mais atento a saborear as cores, os cheiros e o ritmo de vida do local – Foto: iStock/Divulgação

Bem-estar

Com roteiros mais flexíveis, menos pressa e menor quantidade de afazeres, a slow travel tem potencial para reduzir o estresse e a ansiedade e aumentar a flexibilidade e o relaxamento do viajante.

Fora isso, é um tipo de mentalidade que incentiva a atenção plena, a valorização dos pequenos acontecimentos e das relações com as pessoas e a natureza, proporcionando sensações de pertencimento e completude.

Mais energia e vitalidade

Menos “obrigações” com compromissos de roteiro, mais tempo livre e maior contato com a natureza são características desse estilo de viagem que proporcionam ao viajante recarregar as energias e ter mais vitalidade.

Repertório cultural

A slow travel privilegia o contato mais próximo e intenso com o local e a comunidade de destino, privilegiando o conhecimento de tradições, festas e sabores típicos, saberes e fazeres locais. Essa imersão amplia, consequentemente, o repertório cultural do viajante.

Aprendizados e descobertas

Justamente por conta da imersão cultural, esse tipo de viagem pode abrir mentes e corações para novos aprendizados, habilidades e hobbies.

Sustentabilidade

Com menos deslocamentos e menor uso de transportes poluentes, o viajante deixa menos pegadas de carbono no planeta. Além disso, ao comprar ou contratar serviços de pequenos comércios, auxilia a economia local e a geração de renda, sendo portanto uma viagem aliada à sustentabilidade.

Economia

A Slow travel pode ser também uma viagem mais barata que as outras, especialmente por conta dos tipos de atividade e deslocamentos que propõe.

Como praticar slow travel

Defina o propósito da viagem

Antes de escolher um destino, pense sobre o objetivo da viagem: descansar, estar mais próximo da natureza, ter contato com manifestações artísticas e culturais, aprender novas habilidades, etc. Ter claro o propósito vai ajudar a escolher o destino da viagem.

Escolha um destino propício

Se for sua primeira slow travel, prefira lugares menos turísticos e mais calmos. Cidades pequenas, áreas rurais, comunidades de pescadores e ilhas são boas opções para lhe ajudar a se adaptar a um estilo de viagem mais tranquilo, sem pressa e sem tantos estímulos.

À medida que você internaliza esse modo de viajar, fica mais fácil explorar destinos mais badalados e estimulantes sem se sentir “pressionado” pela quantidade de atrações e possibilidades e sem se estressar com a agitação de grandes cidades, por exemplo.

Pesquise sobre o destino

Ter uma noção da história do local, suas paisagens, culturas, tradições, festas e pratos típicos vai lhe ajudar a montar um roteiro que privilegie atividades que fazem sentido para você, favoreçam sua conexão com a natureza e/ou com a comunidade local e lhe deem uma experiência rica e significativa de viagem.

Fique mais tempo em um só lugar

Para ter uma viagem realmente com mais calma, escolha ficar em uma única cidade ou ao menos permaneça por mais tempo nas cidades onde vai se hospedar. O excesso de deslocamentos, check-ins e check-outs está na contramão do que propõe uma slow travel.

Prefira a baixa temporada

Para evitar possíveis estresses e ter uma viagem mais tranquila, evite a alta temporada do local para onde você vai. Assim, você foge de filas, trânsito, aglomerações em pontos turísticos e pode desfrutar da cidade e das pessoas que vivem nela de forma mais calma e profunda.

Atenção às passagens

Na hora de escolher as passagens (de avião, ônibus, trem ou qualquer outro meio de transporte), na medida do possível, evite grandes quantidades de escalas e longos tempos de espera entre conexões.

Atente-se também para a distância entre o seu local de desembarque e a cidade para onde irá. Compre passagens e planeje seus deslocamentos evitando fatores estressantes.

Escolha hospedagens autênticas

Como a slow travel é uma proposta de viagem com vivências autênticas, conexões e experiências imersivas, faz sentido escolher hospedagens menores, mais intimistas, que privilegiem o contato entre as pessoas.

Em vez de grandes redes de hotéis ou resorts, opte por pequenas pousadas, cabanas, chalés, hostels para interagir com diferentes pessoas ou até mesmo a casa de anfitriões locais.

Plataformas como a Couchsurfing, Worldpackers e Workaway (que trocam hospedagem por trabalho voluntário) são opções de hospedagens que privilegiam a conexão entre pessoas, experiências autênticas, troca de conhecimentos e intercâmbios culturais. Sempre que possível, prefira hospedagens que ofereçam contato com a natureza e espaços de contemplação .

Elabore um roteiro flexível

O roteiro de uma slow travel é apenas um fio condutor da viagem, mas sem o excesso de locais para conhecer e a rigidez de horários para se cumprir. A partir da pesquisa sobre o destino, liste alguns pontos de visitação que fazem sentido para você: no máximo dois por dia para não sobrecarregar o itinerário. Entre eles, deixe tempo suficiente para poder descansar ou se locomover com tranquilidade.

Considere também fazer oficinas, workshops ou outras atividades que lhe aproximem da cultura local e/ou ensinem novas habilidades. O mais importante, entretanto, é: deixar espaços no roteiro para descobrir novas possibilidades, passeios e dicas com os moradores locais – motoristas, garçons, recepcionistas – que vier a conhecer.

Acostume-se com a ideia de ter liberdade para mudar os planos do roteiro e tranquilidade no caso de eventuais imprevistos. Não menos importante, considere dias livres, sem qualquer programação, para novas descobertas ou para descansar. Ter tempo para contemplar paisagens e não fazer nada é um dos grandes diferenciais de uma slow travel.

Escolha bem os meios de transporte

Sempre que possível, prefira se locomover a pé, de bicicleta ou de transporte público. Além de serem meios mais sustentáveis, permitem que o viajante conheça melhor os locais por onde passa, sinta os cheiros, faça pausas para apreciar o entorno, converse com pessoas sem pressa e se ambiente melhor. Ter familiaridade com o lugar que se visita gera sensações positivas de pertencimento e bem-estar, o que só é possível quando se tem tempo e calma.

Reduza o uso de dispositivos eletrônicos

Abrir mão do uso constante das redes sociais, conversas de whatsapp e registros fotográficos em excesso faz parte da dinâmica de ter uma slow travel. Entrar regularmente nas redes ou manter conversas digitais vai lhe tirar o foco de desfrutar do momento com calma e presença.

Há quem sugira inclusive fazer fotos com uma câmera, para diminuir a dependência do celular. Ter em mãos um livro e um bloco de anotações (para substituir o digital) são outras orientações para uma experiência menos online e mais focada no aqui e agora.

Converse com os moradores locais

Conexão, com o ambiente e com as pessoas, é um dos objetivos e também uma grande oportunidade de uma slow travel. Aproveite a ida à cafeteria, ao mercadinho, restaurantes, lojas, durante o passeio a pé, para conversar com quem mora ali. Conheça histórias, entenda sobre a cultura local, troque experiências, permita-se descobrir o novo, o diferente. Essa abertura tende a enriquecer profundamente uma viagem.

Compre de estabelecimentos pequenos

Prefira comprar dos pequenos estabelecimentos locais ao invés de grandes redes. Além de contribuir com empreendedores locais e com a sustentabilidade econômica daquela comunidade, você aproveita para conhecer e criar laços com as pessoas que ali trabalham.

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