O jornal O Município apurou, em primeira mão, que o psicólogo Guilherme Silveira foi condenado a 21 anos e quatro meses de prisão por abusar de um menino em Brusque, em abril. A pena será cumprida em regime fechado.
Inicialmente, a sentença previa cerca de 16 anos de reclusão, mas foi ampliada na decisão final. A defesa de Silveira, segundo apurações, já sinalizou que pretende recorrer. O Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) e a defesa da família da vítima também avaliam recorrer, caso a pena seja reduzida em instâncias superiores.
Além deste caso, Guilherme foi indiciado em mais quatro casos de abuso envolvendo menores de idade.
A informação dos supostos novos casos também foi dada em primeira mão pela reportagem. Guilherme está preso desde que o caso em abril foi divulgado.
O crime
A mãe do menino abusado em abril conversou com a reportagem com exclusividade em junho deste ano. Na ocasião, afirmou que o filho, que é autista, foi abusado por Guilherme durante a segunda sessão de terapia.
“Levamos nosso menino para ser ajudado e, no fim, ele saiu prejudicado. Que essa notícia sirva de alerta”, declarou.
Segundo ela, os primeiros sinais apareceram após comentários considerados suspeitos durante o atendimento. “Ele disse que tinha um segredo com meu filho. Em casa, percebi gestos estranhos e então ele contou tudo”.
A família registrou boletim de ocorrência, levou o menino ao hospital e entregou as roupas à perícia. O laudo indicou a presença de espermatozoides em uma das peças de roupa utilizadas pelo menino e o psicólogo foi preso preventivamente. “Entre a data do fato e o registro foram dias muito difíceis”, relatou a mãe.
A criança, que hoje passa por acompanhamento psicológico, apresenta crises frequentes ao ouvir o nome do suspeito. “Não dorme à noite, grita pedindo socorro. Os danos são irreparáveis”.
Supostos novos casos
Em julho, o jornal havia revelado que Silveira era alvo de novas investigações, mas não se sabiam quantas. Segundo o delegado, à época havia seis casos em apuração. Destes, quatro resultaram em indiciamento. Dos seis, em cinco deles as possíveis vítimas eram meninos.
Um foi encaminhado ao Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) para análise e outro foi arquivado por falta de indícios suficientes para dar continuidade à denúncia.
O inquérito, considerado de alta complexidade, foi instaurado no dia 13 de abril e concluído quatro meses depois. Fruto de um trabalho intenso da equipe da DPCAMI de Brusque, a conclusão representa, segundo o delegado titular, apenas uma etapa preliminar das investigações que envolvem o psicólogo.
“O trabalho é meticuloso e feito com muito cuidado desde o momento em que as denúncias são feitas pela primeira vez. Nosso trabalho não é julgar, mas sim verificar a materialidade e a veracidade das denúncias através de indícios e, se possível, provas. Utilizamos todos os recursos possíveis para chegar a uma conclusão em todos os casos que passam por aqui e com esse não foi diferente”, disse Alonso.
O que deve acontecer
A investigação conduzida pela Polícia Civil já foi concluída. O inquérito com as apurações dos novos casos foi encaminhado ao Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC). A partir de agora, cabe ao órgão decidir se oferecerá denúncia contra o psicólogo.
Caso a denúncia seja apresentada, o que é provável, já que Guilherme Silveira foi condenado pelo caso revelado em abril, o julgamento será conduzido pela vara criminal de Brusque assim como o revelado nesta reportagem.
O jornal seguirá acompanhando o andamento do processo e trará novas informações assim que houver decisões judiciais ou movimentações relevantes nos casos.
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