Um escritório de Tubarão, no Sul de Santa Catarina, é o responsável pelo projeto de revitalização de um dos grandes símbolos do urbanismo brasileiro, a Praça dos Três Poderes, em Brasília. Com custo de R$ 744 mil, o projeto desenvolvido pelo Land5 envolve a restauração de monumentos históricos e instalação de novos mobiliários urbanos.
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O projeto apresentado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), no dia 22 de abril, faz parte das comemorações do 65º aniversário da capital nacional. A previsão de início das obras é entre junho e julho, com expectativa de conclusão de 12 a 15 meses. O custo estimado é de R$ 22 milhões e os recursos estão em fase de captação via Lei de Incentivo à Cultura.
Tudo surgiu de uma consulta pública feita pelo IPHAN no ano passado, em que a população opinou sobre as melhorias que eram necessárias no local. Entre os itens mais pedidos estão bebedouros, lixeiras, banheiros públicos, bancos e espaços com sombra.
O Escritório Land5 é especializado em Desenho Urbano e Arquitetura da Paisagem. Este projeto da Praça dos Três Poderes é financiado via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo a empresa, o objetivo é manter o valor histórico e arquitetônico da praça.
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Entre as restaurações, estão os monumentos Os Candangos, A Justiça, Herma de Israel Pinheiro, Herma de JK, Pombal e o Marco de Brasília. Além disso, a recuperação do Museu da Cidade, do Espaço Lúcio Costa e a reforma completa do piso de pedras portuguesas, assim como a construção de rotas de acessibilidade com piso tátil e informativos com braile.
O reforço no sistema de drenagem, a modernização da iluminação de toda a Praça e a instalação de câmeras de segurança complementam o projeto de R$ 744 mil.
Projeto é de empresa de SC

Escritório Land5 é especializado em Desenho Urbano e Arquitetura da Paisagem (Foto: Land5, Divulgação)

Recuperação do Museu da Cidade, do Espaço Lúcio Costa e reforma do piso de pedras portuguesas estão previstos (Foto: Land5, Divulgação)
Os desafios da obra
De acordo com a arquiteta e urbanista Michelle Benedet, sócia do escritório catarinense, o principal desafio da revitalização foi atuar sobre um espaço projetado por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. O desenho do mobiliário urbano é inspirado nas colunas do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal.
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— Três áreas de estar foram planejadas para reforçar o conceito original da praça – um triângulo representando os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário – e contam com bancos de concreto e poltronas, mesinhas de apoio, guarda-sóis e lixeiras. Além disso, serão instalados paraciclos, bicicletário e novos banheiros, agora com estrutura acessível e opção de banheiro família — explica.
A obra será executada por uma empresa que será contratada via Lei Rouanet. Segundo o IPHAN, conversas com estatais como Petrobras, BNDES, além de empresas como Vale e a B3 e alguns bancos devem possibilitar a captação dos recursos necessários até o final deste primeiro semestre de 2025.
Sobre o escritório tubaronense
O Land5 é um escritório que atua com uma equipe multidisciplinar, desenvolvendo desde planos diretores e projetos viários até sinalização urbana, iluminação e mobiliário. Fundado em 2020, o escritório está localizado na Avenida Marcolino Martins Cabral, em Tubarão.
A empresa assina projetos como o Parque JK, em Jataí, Goiás, o paisagismo do Museu ao Ar Livre Princesa Isabel, Patrimônio Histórico Nacional, em Orleans, e o Parque Linear da Serra ao Mar, em Tubarão, ambos em Santa Catarina.
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O contrato para “assinar” a Praça dos Três Poderes foi conquistado por meio de um processo licitatório, que não se baseava apenas no menor preço, mas exigia comprovação sólida de experiência em projetos de restauro, urbanismo e recuperação de espaços públicos. Ao final do processo, apenas duas equipes conseguiram atender a todos os requisitos técnicos, documentais e financeiros estipulados pelo edital.
O escritório catarinense acabou sendo o selecionado, cumprindo todas as exigências estabelecidas e apresentando uma proposta alinhada aos valores estipulados, o que garantiu a assinatura do contrato.
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