Começou neste domingo a 1ª Semana Catarinense de Medicina do Estilo de Vida, numa iniciativa pioneira no Brasil, acompanhando a Semana Mundiall Lifestyle Medicine Week (LMWeek). A estreia foi com um evento ao ar livre na Lusch Garden, em Florianópolis, onde médicos e outros especialistas com certificado internacional de Medicina do Estilo de Vida (MEV) falaram para coluna sobre os seis hábitos (pilares) desse movimento que, quando seguidos, tendem a proporcionar uma vida mais longeva e sem doenças.
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A mudança de estilo de vida, em muitos casos, permite reverter doenças crônicas, destaca a Coordenadora Nacional de Desenvolvimento Regional do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida (CBMEV), a psicóloga Fernanda Bornhausen. Ela e os conselheiros reginais do CBMEV em SC, os médicos Marcelo Alberton Herdt e João Paulo Costa Braga, participaram da abertura da Semana. Nesta terça-feira, às 19h, acontece sessão especial aberta ao público, na Assembleia Legislativa de SC, em mais um evento da Semana Catarinense da Medicina do Estilo de Vida.
Veja mais imagens da abertura ao ar livre da 1ª Semana de Medicina do Estilo de Vida:
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A coluna ouviu no evento conselhos de profissionais de saúde sobre cada um dos hábitos (pilares) recomendados mundialmente. Confira as recomendações a seguir:
Alimentação saudável – Médica Fernanda Fernandes
– Quando falamos em alimentação, todo mundo tem uma opinião para dar. Mas estudos mostram muita evidência de que o tipo de alimentação impacta na vida das pessoas. Muitos falam em ter que tirar esse ou outro alimento. Tem até divulgação de informações incorretas de que todos precisam tirar glúten e lactose. Mas um dos pontos que mais importam, na verdade, é a inclusão de vegetais, é o que mais vai impactar. Então, ao invés de tirar tanta coisa, é preciso colocar mais verduras, legumes e cereais integrais. Também é preciso reduzir alimentos processados, ricos em sal, gordura saturada (ruim) e açúcar refinado – explica Fernanda Fernandes.
Atividade física – Médica Priscila Mendes Rocha
– A prescrição para fazer atividade física serve para todo mundo, para pessoas de todas as idades. Só é preciso descobrir qual atividade se encaixa mais para cada um. É importante buscar ganho de massa muscular, fazer alguns exercícios para resistência e alguns de força. Quem não gosta de fazer musculação, pode optar por exercícios funcionais como pilates. Então, tudo que a gente faz exercendo uma força, algo que estimula a atividade, o crescimento muscular é importante. Sabemos que o ganho de músculos ajuda na prevenção de Alzheimer, melhora o sono e ajuda a reduzir o ganho de peso – destaca Priscila Mendes Rocha.
Saúde do sono – Médica Ana Paula Schweitzer
– O sono é base para muitas coisas. É durante o sono que a gente faz uma limpeza cerebral e repõe as energias. O organismo precisa de um período de sono, mas a rotina atual está levando muita gente a dormir menos horas. Existem evidências científicas de que doenças degenerativas, como o Alzheimer e outras doenças crônicas possam ser causadas pela falta do sono, do tempo de sono de qualidade. Então, hoje a gente fala de que são necessárias de sete a nove horas de sono para um adulto poder eliminar todas as toxinas que são acumuladas que podem afetar a memória e a cognição. As crianças precisam dormir de 10 a 12 horas por noite. Para dormir bem também é preciso suspender o uso de telas cerca de duas horas antes – orienta Ana Paula Schweitzer.
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Controle do stress – Médica Iana Fazzioni
– Para reduzir o stress, o primeiro passo é sair um pouco do piloto automático. A gente vive nessa sociedade contemporânea num ritmo muito acelerado, com trabalho, famílias, funções que nos são exigidas. Por isso acho importante sair do piloto automático e refletir sobre o que proporciona bem-estar para gente num processo de autoconhecimento. É importante prestar atenção sobre o que nos faz bem, locais e companhias que nos fazem bem. As conexões sociais acabam reverberando na nossa saúde mental. É preciso também fazer atividade física e ter momentos lazer. Também são importantes as práticas de meditação, contemplação e mindfulness – recomenda Iana Fazzioni.
Evitar substâncias tóxicas – Médica Daniela Kophal Stroher
– Temos que considerar que produtos considerados tóxicos, que fazem mal à saúde, não precisam ser ingeridos, não são necessários. As pessoas não precisam desses produtos para viver bem e muitos não percebem isso. O consumo de álcool e de tabaco (fumo) são muito aceitos pela comunidade em geral e a gente até não percebe o quanto realmente são maléficos para a saúde das pessoas. Tem gente que substitui o cigarro por Narguilé, mas também é uma alternativa não saudável. Se a pessoa precisa desestressar, relaxar ou ter um momento festivo, é possível alcançar isso de outras formas, sem usar produtos tóxicos – alerta Daniela Kophal Stroher
Conexões sociais – Psicóloga Fernanda Bornhausen
– O pilar Conexões Sociais é um dos mais importantes da MEV, com mais estudos atualmente, inclusive teve palestra de destaque no SXSW (festival de tecnologia nos EUA). Quando a pessoa não tem bons relacionamentos, não tem vida comunitária, corre mais risco de ter depressão e de mortalidade prematura. Um relatório dos EUA mostrou que a solidão causa impactos na saúde humana equivalentes a fumar 15 cigarros por dia. Para ter melhores conexões sociais é recomendável ter propósito na vida, manter contato com cinco pessoas durante a semana, ter três pessoas próximas para se relacionar, ter uma pessoa amiga para poder ligar inclusive de madrugada e dedicar uma hora por dia para as conexões sociais – aconselha Fernanda Bornhausen.
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