Ele é o símbolo da Serra catarinense e vai muito além do sabor e da tradição. Cozido, assado ou como ingrediente de pratos típicos, o pinhão é presença certa nas mesas da região serrana e carrega uma bagagem histórica.
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A semente já fazia parte da alimentação dos povos indígenas e hoje segue firme na cultura alimentar do Sul do Brasil. Além de também ter uma bagagem cultural, pois é celebrado anualmente, há mais de 30 anos, com a Festa Nacional do Pinhão, em Lages.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Florestas), que realizou estudos com amostras da semente em estados como SC, PR e RS, o pinhão é um alimento calórico, mas altamente nutritivo.
Rico em fibras, ajuda no bom funcionamento intestinal e na prevenção de doenças digestivas. Além disso, é fonte de minerais importantes, como ferro, zinco, magnésio e, principalmente, potássio, mineral essencial para o controle da pressão arterial.
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Como incluir o pinhão na alimentação
Para o nutricionista clínico Giulio Cesar Corrêa, o pinhão pode ser incluído em dietas equilibradas. O nutricionista também destaca que o pinhão pode ser uma excelente fonte de energia, e que respeita os hábitos alimentares e afetivos da região.
— Hoje, a alimentação não se baseia apenas em calorias e nutrientes, mas sim em um conjunto mais amplo. Gosto sempre de destacar o aspecto biopsicossocial, que engloba as dimensões biológica, social e financeira. O pinhão está diretamente ligado à cultura e à identidade social da região Sul. Por aqui, é comum que as pessoas o consumam com frequência. Excluir o pinhão da dieta, portanto, é também excluir uma parte importante da tradição e da cultura regional — explica o profissional.
Ainda de acordo com Giulio Cesar, a recomendação diária é de até 100 gramas, o que equivale a cerca de 160 calorias, valor similar ao de uma porção de arroz. O importante, segundo o nutricionista, é evitar acompanhamentos muito calóricos, comuns em algumas receitas regionais.
— O pinhão, por si só, não é um vilão em dietas ou processos de emagrecimento. O problema está nos complementos utilizados em seu preparo. Receitas como paçoca de pinhão ou entrevero, por exemplo, costumam incluir ingredientes calóricos, como banha, calabresa e bacon, esses, sim, podem comprometer uma alimentação equilibrada. Já o consumo do pinhão cozido ou em preparações com carnes magras pode ser incluído tranquilamente no dia a dia, desde que com moderação.
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Tradição e renda para as famílias produtoras
Muito mais do que um simples alimento, o pinhão é símbolo de identidade cultural e celebração coletiva. Todos os anos, a colheita da semente movimenta o calendário regional com a realização da Festa Nacional do Pinhão em Lages, que atrai turistas para a cidade, valorizando a cultura local.
Além disso, a venda do produto representa uma importante fonte de renda para muitas famílias que vivem do extrativismo e do comércio do pinhão na Serra Catarinense.
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