Com a morte do Papa Francisco, aos 88 anos, a Igreja Católica se prepara para um dos eventos mais simbólicos e sigilosos do mundo religioso: o Conclave, que elegerá o novo pontífice.
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A previsão é que aconteça entre 15 e 20 dias após a morte. Trata-se de um processo repleto de tradição, protocolo e mistério, preservando séculos de rituais que ocorrem dentro dos muros do Vaticano.
A seguir, o NSC Total explica em detalhes, cada etapa dessa cerimônia histórica e altamente controlada.
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1. O início: missa e juramento de sigilo
Tudo começa com a missa “Pro Eligendo Papa“, celebrada na Basílica de São Pedro. É quando os cardeais pedem sabedoria divina para a escolha do novo papa. Após a missa, os cardeais vão para a Capela Sistina, onde acontece mesmo o processo eleitoral.
Os cardeais, então, entram em fila dupla na capela, e sentam em lugares marcados. Depois fazem um juramento solene onde prometem segredo absoluto e que vão votar com consciência, diante de Deus.
Em seguida, o camerlengo, que governa a igreja no período da sede vacante, ordena “Extra omnes”, que significa que todos que não pertencem ao Conclave devem sair. As portas são fechadas.
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2. Quem vota?
Outro detalhe importante do Conclave é que só os cardeais com menos de 80 anos, na data da morte do papa, é que podem votar. Aproximadamente 120 cardeais devem participar da votação deste próximo Conclave.
Quem estiver presente e for elegível pode ser votado. Nenhum cardeal pode votar em si mesmo. Será eleito quem conseguir dois terços do total de votos.
Frases marcantes do Papa Francisco
3. Como são feitas as votações?
São quatro rodadas diárias de votações. Duas acontecem pela manhã e outras duas pela tarde. Cada cardeal com direito a voto escreve, com letra clara e legível, o nome do escolhido na cédula.
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As cédulas do Conclave já trazem uma inscrição “Eligo in Summum Pontificem” que significa “Elejo como Sumo Pontífice”. Ao votar, cada cardeal faz um juramento em voz alta.
Os votos são depositados em uma urna especial, feita em ouro, prata e bronze. Três cardeais ficam responsáveis por contar os votos, eles são designados por sorteio no começo do Conclave. A cada voto contado, as cédulas vão sendo amarradas com linha. No final elas formam um círculo, que é queimado.
4. A famosa fumaça
Existem dois fornos na Capela Sistina. Um é usado para queimar os votos, enquanto o outro serve para gerar a fumaça simbólica que avisa aos fieis o resultado da votação.
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- Fumaça preta: nenhum candidato foi eleito.
- Fumaça branca: a Igreja tem um novo papa.
Quando um papa é eleito, além da fumaça branca, os sinos da Basílica de São Pedro dobram, ou seja, tocam, como forma de anunciar ao mundo que um novo papa foi eleito.
5. A Sala das Lágrimas
O papa eleito precisa aceitar o resultado. Na sequência ele é levado para a Sala das Lágrimas. Trata-se de um cômodo reservado. É lá que o novo papa se veste com as vestes papais pela primeira vez. O local tem esse nome porque a maioria dos papas se emociona ao viver esse momento. É nessa fase também que o novo papa escolhe o nome pelo qual será chamado.
6. O anúncio: Habemus Papam
O cardeal protodiácono surge na sacada central da Basílica de São Pedro e proclama: “Habemus Papam!”. Em seguida, revela o nome do cardeal eleito e o nome que ele adotou como papa.
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Então o novo pontífice aparece diante da multidão que fica reunida na Praça São Pedro. Apresentado ao mundo, o novo papa faz sua primeira benção, agora como líder da Igreja Católica. Esse momento é transmitido para o mundo inteiro pelas emissoras de televisão.
7. O que acontece se não houver consenso?
Pode acontecer de não haver um consenso durante as rodadas de votação para eleger o novo papa. Depois de três dias de rodadas de votação, se não houve um consenso, os cardeais podem pausar a eleição por 24 horas.
O limite máximo é de 12 dias e 34 escrutínios. Se ainda assim não houver consenso, os cardeais começam a votar apenas entre os dois nomes mais votados. Mesmo assim, o eleito precisa de dois terços dos votos para ser o novo papa.
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