O crescimento vertiginoso de Florianópolis ao longo das décadas passou a exigir, de forma proporcional, melhorias na infraestrutura da cidade. Investimentos e projetos de grande porte tornaram-se cruciais para manter o desenvolvimento e garantir a tão propagada qualidade de vida que a capital catarinense oferece. Porém, tudo isso ocorre em meio a um cenário estrutural e ambiental complexo, no qual são necessárias ações inovadoras para que a cidade possa ter uma infraestrutura à altura do tamanho que alcançou ao longo dos seus 352 anos. O aniversário de Florianópolis, neste domingo (23), mais do que um motivo para festa, serve como um momento de reflexão sobre o cenário atual e o futuro de uma capital com grande potencial, mas com limites estruturais a serem superados.
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O ponto chave, neste contexto, é a mobilidade urbana. Mesmo com obras de grande porte nas últimas décadas, o trânsito de Florianópolis continua sendo a principal dor de cabeça da rotina diária. Isso indica que projetos mais estruturados, que envolvam mudanças de conceito, e não apenas construções, são vitais. A capital catarinense, por exemplo, não investe em corredores de ônibus, uma estrutura comum em outras cidades importantes do Estado, como Blumenau, Joinville e Criciúma.
O investimento em transporte coletivo, aliás, é outra necessidade para a “Floripa do futuro”, como volta e meia se discute. A integração metropolitana, a qualidade dos ônibus, o tempo médio de deslocamento e o valor da tarifa exigem atenção do poder público, para que a população se sinta atraída a deixar de lado os veículos individuais e optar pelos coletivos.
Dentro dessa mesma discussão, o transporte marítimo ganhou relevância nos últimos anos, com estudos aprofundados contratados pelo governo do Estado. Especialistas e a própria prefeitura, no entanto, são cautelosos quanto ao impacto que esse modal pode trazer. Eles apontam benefícios, mas ressaltam que ele deve ser visto como uma forma complementar aos demais meios de transporte, como os ônibus.
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Saneamento em pauta
Apesar de haver um consenso de que os investimentos em saneamento básico foram negligenciados ao longo dos anos nas cidades brasileiras por “não trazerem votos”, o tema continua muito relevante em Florianópolis. Felizmente, há uma preocupação constante nas pautas dos gestores locais, o que é um fator crucial para que a cidade mantenha intacto o seu principal atrativo: a beleza natural.
Nos próximos meses, a discussão sobre o tratamento de esgoto deverá ser ampliada na capital, com o necessário avanço do sistema para o Sul da Ilha, uma região que está em franca ascensão, mas que ainda esbarra na falta da infraestrutura adequada de saneamento.
Cidade inteligente
Com o enorme desafio da infraestrutura para a Florianópolis do futuro, a cidade tem um aliado diferenciado no Brasil: a tecnologia. Os números sobre o impacto das startups, por exemplo, são sinais importantes de que os gestores públicos precisam se utilizar das inovações criadas na própria cidade para torná-la, efetivamente, uma capital inteligente.
Os desafios da infraestrutura de Florianópolis, em resumo, são gigantes. O potencial para agir, a cidade tem. Basta que haja um planejamento específico para tal, que se definam as prioridades e que se estabeleçam conceitos de mobilidade urbana. Dos 352 anos para os 353, em 2026, há bastante espaço para que passos sejam dados. Não apenas em obras, mas também em conceitos, a fim de responder à seguinte pergunta: “Qual a Florianópolis que queremos para o nosso futuro?”. Para respondê-la, não há limites de tamanho nem de ideias, porque os investimentos devem estar à altura da grandeza de Floripa.
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